A integrante da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas do Brasil (Conaq), Franciléia Paula de Castro, falou sobre as práticas ecológicas dos quilombos de Mato Grosso, durante participação na Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade, a COP16. O evento ocorre até o dia 1º de novembro, em Cali, na Colômbia. O vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) também foi em comitiva para a Colombia para discutir a preservação da biodiversidade no estado que é um dos maiores produtores agrícolas do país
"Mato Grosso tem três biomas muito importantes para o país [...] e temos comunidades quilombolas em todos esses biomas, desenvolvendo práticas ecológicas, do manejo das florestas, dos raçados, produzindo alimentos saudáveis e o manejo das águas. Com essas ações desenvolvidas nos nossos territórios quilombolas, apontam medidas para a conservação da biodiversidade brasileira. E a importância que esses territórios sejam protegidos", disse em entrevista à TV Centro América.
O Brasil tem papel importante nas discussões sobre a implementação do Marco Global de Biodiversidade Kunming-Montreal (GBF, na sigla em inglês), adotado na última COP 15, no Canadá, reforçando sua posição como um dos países mais ricos em biodiversidade e com agenda ambiciosa voltada para o desenvolvimento sustentável e a proteção ambiental.
Foram definidas 23 metas para 2030 que objetivam deter e reverter a perda de biodiversidade para colocar a natureza em um caminho de recuperação para o benefício das pessoas e do planeta, conservando e usando de forma sustentável a biodiversidade e garantindo a distribuição justa e equitativa dos benefícios do uso de recursos genéticos.
O GBF inclui medidas específicas, incluindo a colocação de 30% do planeta e 30% dos ecossistemas degradados sob proteção até 2030. Ele também contém propostas para aumentar o financiamento aos países em desenvolvimento, um dos principais pontos de controvérsia durante as discussões.
Segundo a pesquisa Censo de 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mato Grosso tem um total de 11.719 pessoas que se declaram como quilombolas. Poconé (104 km de Cuiabá) é a cidade que concentra a maior parcela dessa população.
Já com relação ao número de comunidades, segundo dados da Fundação Cultural Palmares, em Mato Grosso existem cerca de 69 comunidades reconhecidas e certificadas como quilombolas. Poconé, novamente, é a cidade com maior número, totalizando 28.
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