Hospital Santa Rosa rebate Unimed, cita “crise” e cinco anos de “calotes”

Assessoria

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O Hospital Santa Rosa emitiu uma nota, nesta sexta-feira (10), rebatendo comunicado divulgado pela Unimed Cuiabá depois de decisão liminar que obrigou a retomada dos atendimentos no estabelecimento de  saúde. O hospital alega que o pronunciamento da cooperativa, divulgado no dia 9 de novembro, apresenta uma versão dos fatos que difere significativamente do que ocorreu no dia anterior, 8 de novembro, e durante a semana, quando a crise entre as instituições teria se intensificado.

Segundo a diretoria do Hospital Santa Rosa, há cinco anos a instituição enfrenta sérios problemas financeiros devido à inadimplência da Unimed Cuiabá, mudanças contratuais unilaterais e glosas lineares aplicadas pela cooperativa de forma arbitrária. O hospital afirma que tais medidas estão causando graves consequências para o setor de saúde suplementar no estado do Mato Grosso e ressalta a necessidade de transparência e respeito aos direitos dos prestadores de serviços e dos beneficiários.

O hospital também nega que haja coordenação entre hospitais para agir em conjunto, como teria sugerido a Unimed. No dia 8 de novembro, relata a diretoria, o Santa Rosa foi surpreendido por novos bloqueios e travamentos generalizados nos sistemas da Unimed, o que teria afetado operações de faturamento, recepções e canais de atendimento aos clientes.

O conflito se agravou após uma notificação enviada pelo hospital à Unimed no dia 1º de novembro, na qual a instituição já alertava sobre os impactos de uma série de reduções aplicadas pela cooperativa. Segundo o Santa Rosa, desde julho de 2024, essas reduções — ou “deflatores” — chegaram a 70% em algumas tabelas de preços, comprometendo seriamente o fluxo financeiro do hospital. A instituição afirma que tal prática viola tanto o contrato estabelecido entre as partes quanto normas da Agência Nacional de Saúde (ANS). Na mesma notificação, o hospital também advertia a Unimed que a falta de uma resposta poderia resultar na suspensão dos atendimentos, uma medida que consideram extrema, mas necessária para evitar que a continuidade dos serviços seja prejudicada.

Apesar das dificuldades e do momento delicado enfrentado pela Unimed, o Hospital Santa Rosa reafirma sua disposição para o diálogo, mas repudia qualquer tentativa de responsabilizar a instituição pelas consequências das supostas violações contratuais da cooperativa. “Essa é uma responsabilidade que, definitivamente, não carregamos”, conclui o comunicado.

LEIA A NOTA NA ÍNTEGRA

NOTA DE ESCLARECIMENTO
O Hospital Santa Rosa esclarece que as informações publicadas pela Unimed Cuiabá em comunicado divulgado em 09 de novembro divergem dos fatos ocorridos e observados ao longo do dia 08 de novembro, agravados severamente por uma crise que persistiu durante toda a semana.

Há cinco anos, o Hospital Santa Rosa tem sido gravemente impactado por elevada inadimplência, alterações contratuais unilaterais e glosas lineares arbitrárias por parte da Unimed Cuiabá. Esse cenário destaca-se como uma questão de profunda gravidade para o setor de saúde suplementar no Mato Grosso e exige, mais do que nunca, um compromisso com a transparência, a boa-fé contratual e o respeito aos direitos dos prestadores de serviço e beneficiários.

Contrariamente ao que foi sugerido no comunicado, não houve qualquer coordenação entre hospitais. Na data de 08 de novembro, ainda pela manhã, o Hospital Santa Rosa foi surpreendido por novos bloqueios de sistema e travamentos generalizados por parte da Unimed, o que gerou transtornos significativos na operação de faturamento hospitalar, bem como nas recepções e
nos canais de atendimento aos beneficiários.

Importante destacar que a Unimed Cuiabá foi formalmente notificada no dia 1º de novembro (após inúmeras tentativas de diálogo por meio de emails, mensagens e notificações formais) sobre o impacto de novos deflatores implantados desde julho/24 e que chegaram a 70% de redução em tabelas, inviabilizando o faturamento e o fluxo financeiro do hospital, além de violar gravemente as cláusulas contratuais, o atual ordenamento jurídico e as normas da ANS – Agência Nacional de Saúde. Essa notificação para a Unimed advertia reiteradamente que o cenário era grave e estava acarretando prejuízos severos ao funcionamento do hospital. Na notificação — que não foi respondida pela Unimed — o hospital destacou que a ausência de uma resposta poderia resultar, inclusive, na suspensão dos atendimentos, como medida necessária para evitar riscos econômicos severos que comprometeriam o funcionamento dos
serviços.

Reconhecemos o momento delicado que a Cooperativa atravessa e, mesmo diante de inúmeros prejuízos, inadimplência e sucessivos deflatores, temos buscado colaborar continuamente com a gestão nos últimos anos.

Continuaremos buscando um diálogo construtivo e uma solução para os problemas que se arrastam há tanto tempo, mas rejeitamos veementemente qualquer tentativa de transferir a responsabilidade de violação contratual ou qualquer medida unilateral para nossa instituição.

Essa é uma responsabilidade que, definitivamente, não carregamos.
Atenciosamente,
Diretoria Executiva
Hospital Santa Rosa

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