O cantor chegou a ter a prisão solicitada, mas a ordem foi revogada. Em dezembro, as investigações contra ele foram arquivadas pela Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público de Pernambuco (MP-PE).
O sertanejo negou qualquer elo com os crimes. Nesta quinta-feira, 2, o nome de Gusttavo Lima voltou a ganhar repercussão após o artista dizer que pretende se candidatar à Presidência da República no ano que vem.
O arquivamento da investigação contra o sertanejo ocorreu em 13 de dezembro. O despacho, assinado pela subprocuradora-geral de Justiça em Assuntos Jurídicos, Norma Mendonça Galvão de Carvalho, acompanhou o entendimento dos promotores de Justiça que atuam no caso.
Eles consideraram que a investigação policial não apontou crimes que justificassem uma acusação de lavagem de dinheiro contra o artista e a Vai de Bet, site que tem Gusttavo Lima como garoto-propaganda.
Na época do arquivamento, a defesa da Vai de Bet afirmou que vinha apontando a "fragilidade das acusações".
Veja a seguir a cronologia do caso:
- 4 de setembro - Avião registrado por Gusttavo Lima e vendido para dono da Vai de Bet é apreendido durante a Operação Integration.
- 23 de setembro - A juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, emite ordem de prisão contra o cantor. A magistrada afirma ver indícios do crime de lavagem de dinheiro e diz que os jogos de azar exercem "impacto devastador sobre as famílias, atingido de forma mais cruel a classe trabalhadora".
- 24 de setembro - Ordem de prisão é revogada. Em sua decisão, o desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco, afirma que as justificativas que levaram a juíza a decretar a detenção do artista são "meras ilações".
- 30 de setembro - Em live em seu perfil do Instagram, o cantor sertanejo afirma não ser sócio da casa de apostas online. "Não sou sócio da Vai de Bet, sou garoto-propaganda, tenho um contrato de prestação de serviço com a Vai de Bet."
- 8 de outubro - O Ministério Público de Pernambuco afirmou não ter encontrado provas de ilegalidade nas operações financeiras realizadas pelo cantor. Para uma ação penal por crime de lavagem de dinheiro é necessário a indicação de crime antecedente. Os promotores entendem que a mera exploração de atividade de apostas online não cumpre o requisito porque leis de 2018 e 2023 permitiram o funcionamento das bets no Brasil.
- 10 de dezembro - A investigação sobre o suposto esquema de lavagem de dinheiro vira uma crise entre delegados, promotores de Justiça e a juíza que cuida do caso. Há divergência sobre as teses jurídicas que devem ser adotadas contra os investigados e troca de acusações sobre suposta falta de profissionalismo e isenção de parte a parte.
- 13 de dezembro - A Procuradoria-Geral de Justiça do MP-PE arquiva as investigações contra o sertanejo e empresários ligados à Vai de Bet. O órgão entende que devem prosseguir somente as apurações da Operação Integration sobre os supostos crimes cometidos na operação de outra bet, a Esportes da Sorte, que também nega irregularidades.
- 16 de dezembro - A juíza Andréa Calado da Cruz critica o arquivamento da investigação contra o artista e os sócios da casa de apostas paraibana, e sugere intenção de "esconder alguém ou proteger algum interesse não revelado" na Operação Integration.
O que disse Gusttavo Lima
Em dezembro, a assessoria de Gusttavo Lima disse receber "com serenidade a decisão da Procuradoria Geral de Justiça, que deverá acarretar o arquivamento do inquérito e o encerramento definitivo do caso envolvendo o nome do artista".
Em setembro, quando foi concedido o habeas corpus para que o cantor não fosse levado à prisão, a equipe jurídica do sertanejo havia dito que "a relação de Gusttavo Lima com as empresas investigadas era estritamente de uso de imagem e decorrente da venda de uma aeronave. Tudo feito legalmente, mediante transações bancárias, declarações aos órgãos competentes e registro na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil)".
"Tais contratos possuíam diversas cláusulas de compliance e foram firmados muito antes de que fosse possível se saber da existência de qualquer investigação em curso", continuava a nota.
Por fim, o comunicado afirmava que "Lima tem e sempre teve uma vida limpa e uma carreira dedicada à música e aos fãs" e que oportunamente seriam adotadas medidas judicias para "obter um mínimo de reparação a todo dano causado à sua imagem".
(Com Agência Estado)
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