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Artigos Terça-feira, 18 de Março de 2025, 10:49 - A | A

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Terça-feira, 18 de Março de 2025, 10h:49 - A | A

OLIVEIROS MARQUES

É crise de percepção

OLIVEIROS MARQUES

Ao conversar neste final de semana com um amigo sobre os dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas acerca do aumento da renda de trabalhadores e trabalhadoras brasileiros no ano passado, me senti provocado a seguir refletindo sobre a avaliação do governo Lula publicada pelas últimas pesquisas.

Esse amigo, que é uma referência para mim na análise da política como ela acontece de fato, ao me enviar informações sobre o estudo da FGV, comentou: “os dados são impressionantes. Pode ser um grande caso de ingratidão”.

Mas, desta vez, excepcionalmente, não concordo plenamente com ele.

Os números são muito positivos, é verdade. Segundo o estudo, os trabalhadores e trabalhadoras que ganham um salário mais baixo – e que representam metade da força de trabalho empregada hoje no Brasil – tiveram um ganho de 10,7% em sua renda, um aumento real significativo, acima da inflação do período. Um ganho que repercute de formas um pouco diferentes em todas as camadas de assalariados.

Mas por que parcela dessas pessoas segue sem avaliar positivamente o governo Lula? Não seriam ingratas, mesmo?

Acredito até que seja possível pensar em uma ingratidão “culposa”, tomando emprestada a expressão jurídica. Os brasileiros e brasileiras que não avaliam positivamente o governo Lula, apesar de terem ganhos em suas rendas, não o fazem deliberadamente. Não o fazem por querer, diríamos assim.

Há, na minha opinião, uma forte crise de percepção instalada na sociedade brasileira, em especial, nas camadas mais pobres da população.

Primeiro, há uma ausência de percepção de que os quatro anos anteriores ao governo do presidente Lula representaram um desmonte de políticas públicas, que trouxeram significativos impactos negativos em suas vidas. As pessoas não estão conseguindo ligar os pontos, identificar que muitos dos problemas que enfrentam hoje são fruto dessas medidas.

Por outro lado, há também uma falta de percepção de que políticas estão sendo retomadas ou criadas e que elas têm gerado impactos positivos, como o aumento da renda, por exemplo. E aqui talvez resida o principal muro a ser derrubado para que a avaliação sobre o governo melhore. Parece que as ações vindas de Brasília se tornaram parte da paisagem, fazendo com que as pessoas não consigam construir uma relação de causa e efeito positiva em suas vidas.

Teria trincado o encantamento que existia em outros momentos e que, na campanha, pode ter sido, em parte, recuperado? Talvez. Rachaduras que podem ter sido provocadas por um distanciamento – real ou percebido – entre o governo e as pessoas.

Sabe aquele casamento em que uma taça se quebra? Pois bem, a relação precisa ser reconstruída. Talvez o governo esteja vivendo esse momento.

Tudo bem, mas o que fazer para romper com essa falta de percepção? Bem, essa é a pergunta do milhão. E para ela podem existir diversas respostas. E, claro, eu tenho a minha. Contudo, como uma resposta que vale o milhão, não seria de bom tom que eu a desse agora, justamente ao encerrar estas linhas. Quem sabe, em um próximo texto, eu me debruce sobre ela. Mas uma coisa posso dizer neste espaço: a comunicação, sozinha, não será capaz de resolver essa crise de percepção. Há muito mais camadas a descascar nessa cebola.

 (*) OLIVEIROS MARQUES é Sociólogo pela Universidade de Brasília, onde também cursou disciplinas do mestrado em Sociologia Política. Atuou por 18 anos como assessor junto ao Congresso Nacional. Publicitário e associado ao Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político (CAMP), realizou dezenas de campanhas no Brasil para prefeituras, governos estaduais, Senado e casas legislativas

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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mestre 18/03/2025

e tem carteirinha do pt

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1 comentários

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