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Artigos Quarta-feira, 07 de Maio de 2014, 10:26 - A | A

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Quarta-feira, 07 de Maio de 2014, 10h:26 - A | A

A Copa e a realidade das obras

Sem ela, as obras seriam edificadas em outras capitais, pois a nossa representação política aproxima de zero em relação aos outros Estados

WILSON FUÁH




Arquivo pessoal

As grandes redes de televisão do mundo irão produzir documentários sobre o Brasil e as cidades sedes, e naturalmente devem pesquisar sobre o linguajar ímpar de um povo que vive no Centro da América do Sul. São verbetes particularizados e com pronúncias tendo o sotaque forte e diferente, que na verdade não é o portunhol, não é o português clássico, não é o espanhol castiço. Eles vão ficar sabendo que aqui se fala o Cuiabanês.

A paixão do povo cuiabano pela Copa do Mundo é contada pelos nossos antepassados, que relatam que desde a primeira Copa que os cuiabanos acompanhavam os jogos pelas ondas sonora da Rádio Nacional/RJ e Rádio Globo/RJ. Em 1958 os aparelhos de rádios ainda funcionavam a base de válvulas e as vozes de Jorge Cury e Valdir Amaral ecoavam através das ondas médias das emissoras do Rio de Janeiro. Os cuiabanos participaram da festa da conquista do 1º campeonato mundial através do rádio.

A dificuldade era imensa, pois as pessoas tinham que ficar no ponto mais alto da cidade, sendo que o local de concentração tradicionalmente era lá no Morro da Luz, no posto da EFRA. Mesmo assim, tinha que ser instalada uma antena de fio de metal e às vezes o som sumia e em seguida voltava, a sintonia era cheio de chiados. Era assim que os cuiabanos participavam da magia da Copa do Mundo, a imagem dos jogos vinha de forma mental, de acordo com a narrativa fantasiada dos locutores.

Já nos anos 80 com as imagens da televisão, fizeram com que o povo cuiabano entrasse no clima da Copa a partir mês de junho. A expectativa da Copa aumentava com a proximidade dos jogos e as ruas eram enfeitadas com a arte do povo. Pelos bairros eram produzidas pinturas em verde e amarelo, com bolas gigantescas e frase em apoio à Seleção Brasileira de Futebol. Eram “dependuradas” bandeirinhas com as cores do Brasil amarradas em postes e a emoção da Copa do Mundo ficava estampada em tudo que se via: nas Lojas e nos bares, nas casas e nas ruas, o povo cantava as músicas: “vamos todos juntos, pra frente Brasil do meu coração”.

Para a realização da Copa de 2014, o Brasil disputou contra dois países e Cuiabá disputou contra 18 capitais e ficou entre as 12 sedes. Quando Cuiabá foi confirmada como uma das sedes, a cidade virou uma festa só e os políticos gritavam de alegria na praça do “Choppão”. O povo, ao ser pesquisado, aprovou a Copa com 86% de aceitação.

Fica a esperança que a nova Arena Pantanal traga novos alentos e novas esperanças para o Futebol de Mato Grosso. Nos três jogos iniciais realizados com a participação dos nossos times, a participação do público foi um sucesso e nos resultados das partidas não houve derrota para os mato-grossenses. De uma forma geral, a construção da Arena Pantanal já atingiu a expectativa de esperança e todos aqueles que amam o futebol já sentiram que é um novo começo para o futebol de Mato Grosso.

Agora para aqueles que não gostam de futebol e são contra a realização da Copa em Cuiabá, temos que aceitar, pois a manifestação é livre. Mas a dona FIFA não veio aqui e obrigou o Estado a realizar a Copa. Nós cuiabanos, que amamos esta terra mãe, sabemos que sem a Copa nenhuma obra seria realizada em Cuiabá, mesmo sendo a maior arrecadadora das receitas do Estado, que não recebe em contrapartida o que lhe é de direito. A Capital deve estar preparada receber milhares de turistas durante a Copa do Mundo, mas acima de tudo, proporcionar aos 700 mil cuiabanos uma melhor qualidade de vida e preparar a cidade para os seus 300 anos.

A obrigação de oferecer a melhor qualidade na Saúde, na Educação, na Segurança Pública e infraestrutura do Estado, não é responsabilidade de Cuiabá, não é responsabilidade da FIFA. Essa falta de planejamento é do Governo Federal e dos governos estaduais, que por séculos nada fizeram para que o povo pudesse ter uma melhor qualidade de vida. Não tem nada a ver com a Copa do Mundo.

Na verdade o povo tem que protestar sempre para que os governantes decidam por políticas sociais voltadas ao investimento em hospitais públicos, em escolas de qualidade e segurança pública que é uma vergonha em todo o país. O povo vive refém dos bandidos e os assaltos se avolumam nas estatísticas da violência urbana. Estamos na fila da violência, e fica a pergunta: quem será a próxima vítima na mira de um revólver dos viciados?

Porque a presidenta Dilma ao visitar a Arena Pantanal, não assinou convênios para construções de UPA’s em todos os municípios do Estado?

Porque a candidata ao sobrevoar sobre a cidade não ocasionou destinação de recursos para modernização no sistema educacional, viabilizando construções de escolas, instrumentos escolares e salários dignos aos professores de todo o Estado?

Porque Dilma, ao discursar longe da imprensa, não incluiu em sua fala, que estava trazendo recursos para construção de Unidades de Recuperação de Dependentes de drogas em todo o Estado, além de decretar o piso salarial nacional equivalente a 10 salários mínimos para todos os policiais, preparando-os para enfrentar a violência urbana que tomou conta do Estado?

Porque Dilma Vana Rousseff, ao ser paparicada pelos papagaios de piratas, não assinou a ordem de serviço para a construção da ferrovia Rondonópolis-Cuiabá e da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO), trecho que liga Campinorte (GO) a Lucas do Rio Verde (MT)?

Mas para dar a garantia mínima necessária para realização da Copa no Brasil, o Governo Federal destinou recursos para a construção de obras mínimas para demonstrar à dona FIFA que o país estava preparado garantir para a Carta de Desígnio assinada pelo então presidente Lula. Cuiabá pegou uma carona, com as obras de mobilidade urbana com a construção de viadutos, trincheiras, pontes e duplicações de avenidas. São recursos de origem federal (DNIT). Mesmo a reforma do Aeroporto Marechal Rondon, é feita com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), que prevê a reforma de 23 aeroportos, principalmente das cidades-sede.

São recursos que estão sendo aplicados em Cuiabá e não estão gerando dívida para a cidade ou para o Estado de Mato Grosso. Se esses recursos não viessem para Cuiabá seriam desviados ou destinados a outras obras em outros estados com maior representatividade no Senado e na Câmara Federal.

Com a esperança da modernização de Cuiabá sentimos que, apesar de reclamar, o povo exerceu a incansável tolerância e, na sua passividade, aguarda a conclusão das obras. Por isso é que o povo deve entender que votar é muito importante, pois todas as ações dos agentes públicos têm o seu consentimento, porque depois do voto, o poder de decisão do povo iguala a zero.

Pergunte ao povo de outras capitais que ficaram fora da realização da Copa, se não desejaria estar entre as sedes?

Bem vinda a Copa do Mundo de 2014, sem ela as obras seriam edificadas em outras capitais, pois a nossa representação política aproxima de zero em relação aos outros Estados mais populosos do país
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* WILSON CARLOS FUÁH é economista, especialista em Recursos Humanos e Relações Sociais e Políticas. Fale com o Autor: [email protected]

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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