Na mais recente edição do Festival de Cinema de Gramado, um dos mais importantes do Brasil, o drama foi premiado como melhor filme, melhor fotografia e melhor ator coadjuvante para Rodger Rogério.
A história do filme acontece no sertão de Goiás e acompanha Totó (Ângelo Antônio) e Durval (Babu Santana), dois homens brutos que, após serem abandonados pela mesma mulher, se voltam violentamente um contra o outro.
A narrativa aproveita os elementos de um western para tratar temas como solidão e a dificuldade de homens em lidar com suas fragilidades.
"Despojado, parcimonioso, seco como deserto, ambienta-se no cerrado goiano, onde homens brutos se matam uns aos outros, não por valentia, mas por pura fragilidade. Esta é a novidade. Vinganças, machismo, recurso às armas são vistos (sem retórica verbal) como expressões de fraqueza e não de coragem. Parece uma obra muito local, mas, ao adotar esse ponto de vista, fala para uma parcela grande da população brasileira que se acredita muito valente quando espezinha mulheres e tem um parabelo nas mãos", anotou no Estadão o crítico Luiz Zanin Oricchio após a exibição do filme no Festival de Gramado.
"A morte e a violência vicejam por todo lado, num mundo ocupado por brutos tristes, que precisam dançar entre si numa patética comemoração num boteco caindo aos pedaços, ao som de música brega. É de morrer de tristeza. E, no entanto, o filme é uma epifania. E se, entre tantas qualidades estéticas (fotografia e montagem primorosas) não é sobretudo uma denúncia radical do machismo, eu não sei o que possa ser. Bom demais", completou.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Com Agência Estado)
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