A Arqueologia é o estudo do passado humano, antigo ou recente, por meio de vestígios dos mais diversos materiais, como pirâmides, ferramentas ou roupas. Com o tempo, a maioria dos objetos do passado se decompõe ou é enterrada, então arqueólogos geralmente precisam cavar fundo para encontrar as pistas.
Os arqueólogos usam essas descobertas para entender melhor como as pessoas viviam em determinadas épocas e lugares, buscando aprender sobre a pluralidade da cultura humana. Em 2024, diversas descobertas arqueológicas impressionaram e intrigaram o mundo.
Muitos dos povos que viveram na Terra não deixaram nenhum registro escrito – e muito menos fotografado. Então, para saber que deuses adoravam, que alimentos comiam ou que roupas vestiam, os arqueólogos usam cada descoberta como uma peça de um quebra-cabeça.
Quais as descobertas arqueológicas marcaram 2024?
Durante o ano de 2024, diversas descobertas arqueológicas foram feitas, confirmando ou desafiando aquilo que pensávamos até então. De tumbas e oásis a cidades inteiras, veja as 10 descobertas que mais marcaram este ano.
Arqueólogos da Universidade Livre de Berlim encontraram o túmulo de Idy, sacerdotisa egípcia do início do segundo milênio a.C., filha do governador Djefaihapi I. Entre os itens descobertos, destacam-se dois caixões de madeira, ornamentados com textos e ilustrações detalhadas sobre a jornada para a vida após a morte, que apresentam uma qualidade artística rara.
Situada em uma área anteriormente inacessível da imponente tumba de Djefaihapi, o túmulo de Idy permaneceu inexplorado por mais de quatro mil anos, até ser descoberto após duas décadas de escavações.
Oásis revela sinais de civilização na Arábia Saudita
Pesquisadores descobriram uma cidade fortificada com 4.400 anos, nomeada al-Natah, sob um oásis na Arábia Saudita. A descoberta revela a transição de sociedades nômades para a vida urbana.
Os vestígios estavam ocultos pelo oásis de Khaybar, no noroeste da Península Arábica. Acredita-se que a cidade foi construída por volta de 2400 a.C., tinha uma muralha de 14,5 km de extensão e abrigava cerca de 500 habitantes. Seu abandono, cerca de mil anos depois, ainda é um mistério.
Tumba com “vampiros” é encontrada na Polônia
Arqueólogos descobriram uma tumba com três esqueletos sob o piso de uma igreja em Pączewo, na Polônia. Um dos corpos chamou atenção por ter uma foice no pescoço, prática medieval usada para impedir o retorno dos mortos como “vampiros”, segundo crenças da época.
A descoberta reflete o medo generalizado de vampiros durante o século XI, com técnicas como estacas de metal, cadeados, sepultamentos de bruços, moedas sobre a boca ou olhos, e redes de pesca para prender os cadáveres. Essas crenças eram comuns nas lendas europeias e orientais,
Local onde Homo sapiens e Neandertais se encontraram é descoberto
A ciência já sabia que os Homo sapiens e os Neandertais se encontraram em algum momento da história, com cruzamentos entre as espécies ocorrendo cerca de 47 mil anos atrás, quando os humanos saíram da África e encontraram outros grupos.
Esse encontro teria ocorrido na Cordilheira de Zagros, na atual fronteira entre Irã e Iraque. A hipótese sugere que a cordilheira funcionou como um corredor para ambas as espécies, com os Homo sapiens se dirigindo para o norte e os Neandertais indo para o sul.
Descoberta de ponte pode redefinir história humana
Pesquisadores fizeram uma descoberta que pode mudar nossa compreensão sobre a expansão humana no Mediterrâneo ocidental. Eles encontraram uma ponte submersa que indica que os primeiros seres humanos se estabeleceram na região muito antes do que se imaginava.
Com pouco mais de 7 metros de comprimento, a estrutura oferece informações valiosas sobre a ocupação da Caverna Genovesa, na ilha de Maiorca, Espanha. Segundo os pesquisadores, a ponte sugere um elevado nível de conhecimento sobre construção e gestão dos recursos hídricos por parte dos humanos daquela época.
Pesquisa desmente documentário sobre ancestral humano
Cientistas contestaram a teoria de que o Homo naledi poderia mudar a visão sobre a evolução humana, como apresentado no documentário da Netflix “Explorando o Desconhecido: Caverna de Ossos”.
Essa espécie, descoberta em 2015, teria mostrado comportamentos complexos como enterrar seus mortos e decorar sepulturas, mas especialistas revisaram os estudos e afirmaram que as provas são inadequadas.
A análise de 15 esqueletos de Homo naledi, encontrados em uma caverna de difícil acesso na África do Sul, não confirmou a ideia de enterros intencionais, refutando a teoria de rituais funerários e sugerindo que os restos foram simplesmente depositados sem qualquer prática ritualística.
Arqueólogos confirmam existência de cidade bíblica
Arqueólogos encontraram muros de pedra e outros artefatos que datam de mais de 3 mil anos. O local, hoje situado em território israelense, pode ter sido a cidade de Zanoá, citada no Antigo Testamento.
De acordo com a pesquisa, nem todos os achados são do período histórico citado na bíblia, mas cerca de 20% deles coincidem com a data. Se isso for confirmado, seria um indício de que o Êxodo bíblico realmente pode ter acontecido. O evento citado no livro narra a libertação de escravos judeus que, liderados por Moisés, voltam para a casa pela abertura do Mar Vermelho.
Escavações revelam 10 mil anos de história na Inglaterra
Um grupo de arqueólogos fez descobertas de cerca de 10 mil anos de história da Inglaterra em escavações realizadas durante a reforma de uma rodovia. Os achados datam da Idade da Pedra até a Segunda Guerra Mundial.
Entre os artefatos, estão um cemitério com restos cremados da Idade do Bronze, além de vestígios romanos e um acampamento americano da Segunda Guerra Mundial. As escavações também revelaram milhares de ferramentas e resíduos do período Mesolítico, sugerindo que os antepassados caçadores-coletores se reuniam nessa área.
Cientistas encontram “Atlântida” australiana
Um estudo recente indicou que, há cerca de 70 mil anos, uma vasta área de terra submersa na costa da Austrália poderia ter abrigado uma população de meio milhão de pessoas. Essa terra subaquática seria tão extensa que poderia ter servido como um ponto de migração entre a atual Indonésia e a Austrália.
Essa região fazia parte de um paleocontinente chamado Sahul, que unia Austrália, Nova Guiné e Tasmânia. O estudo também revelou que, entre 71 mil e 59 mil anos atrás, o nível do mar estava cerca de 40 metros mais baixo, mas com o derretimento das calotas polares no final da última era glacial, o nível começou a subir e inundou a área.
Descoberta pode comprovar guerra descrita na Bíblia
Um recente achado arqueológico em Israel pode oferecer novas evidências sobre o cerco de Jerusalém pelo rei assírio Senaqueribe, narrado na Bíblia. Usando técnicas modernas de mapeamento, foram identificados restos de campos militares assírios datados de cerca de 700 a.C., conforme descrito em 2 Reis 19:35.
A localização foi confirmada ao sobrepor fotografias antigas com relevos assírios, e a forma oval do campo coincide com as estruturas militares da época, encaixando-se no contexto histórico da invasão de Senaqueribe.
FONTE: https://olhardigital.com.br/2024/12/26/ciencia-e-espaco/historias-escondidas-as-descobertas-arqueologicas-que-intrigaram-o-mundo-em-2024/
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