O Grupo de Atuação Especial Contra Crime Organizado (Gaeco) afirma que o deputado estadual Mauro Savi (PSD) e o ex-deputado José Geraldo Riva comandaram um grupo criminoso que se instalou na Secretaria de Meio Ambiente (Sema), em 2014, para “alimentar o caixa da campanha eleitoral” daquele ano com recursos ilícitos.
Na época, Savi foi candidato e conseguiu se reeleger, como o deputado mais votado. Riva, por sua vez, chegou a ser candidato ao governo do Estado, mas por problemas com a Justiça teve o registro negado e a inelegibilidade declarada, sendo substituído pela esposa, a ex-secretária de Cultura, Janete Riva, que perdeu a disputa.
A estimativa é de que as fraudes tenham chegado ao valor de R$ 104,2 milhões, valor que não gerou tributo aos cofres públicos.
Conforme a denúncia feita pelo Gaeco à Justiça, com base na Operação Dríades, Savi e Riva agiam “nas sombras, de forma oculta, comandando esquemas por trás das cortinas”. Ambos à época tinha mandato de deputado e, segundo os promotores do Ministério Público Estadual, utilizavam a influência política para indicar a nomeação de pessoas em órgãos públicos, sobretudo a Sema, a fim de que elas executassem e viabilizassem os esquema, seguindo ordens.
Savi nomeou como sua assessora Fabrícia Ferreira Pajanoti Silva enquanto Riva contratou Jacymar Capelasso. Ambas tinha a mesma função: destravar nos órgãos ambientais processos e procedimentos burocráticos de pessoas e empresários que procuravam os parlamentares.Elas tinham livre acesso à Sema, contando, inclusive, com “tratamento VIP e horário diferenciado de atendimento”, diz trecho da denúncia.
No período das eleições, conta o Gaeco, “sobreveio a oportunidade de se vender créditos ambientais inexistentes, bem como de se facilitar a execução de fraude relacionada à duplicação de créditos ambientais, esquema cuja operacionalização dependia apenas de uma pessoa plantada dentro da Sema”. Foi aí que Capelasso e Pajanoti cooptaram Juliana Aguiar da Silva, servidora da Sema. Ela “detinha o conhecimento técnico necessário para realizar as operações de inserção de créditos florestais inexistentes no sistema”.
Os créditos inexistentes beneficiavam empresas do ramo madeireiro, que depois pagavam propina às assessoras. Essas faziam o recurso chegar às mãos dos deputados.
Jacymar e Fabricia “recebiam as demandas diretamente de particulares em nome de empresas madeireiras, que especificavam as quantidades e as espécies de madeira que deveriam ser inseridas no sistema informatizado da Sema-MT, e as repassavam à Juliana AGuiar, que por sua vez efetivava a inserção dos dados falsos, gerando crédito de produtos florestais em favor das empresas sem que os produtos de fato existissem, sendo que para tanto justificava a operação no sistema de informática pela descrição "ajuste de estoque".
A atuação de Juliana era conhecida por seu chefe na Sema, Paulo Miguel Renó, que era omisso no esquema.
Conforme o Gaeco, a organização era composta por quatro núcleos: o da liderança (Savi e Riva), de gerência (Fabrícia e Jocymar), o núcleo garantidor (Renó) e núcleo subalterno de execução (Juliana e Wladis Borsato Kuviatz). Este último, responsável por receber a propina em troca da inserção dos dados falsos no sistema.
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