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Polícia Segunda-feira, 06 de Fevereiro de 2023, 10:11 - A | A

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Segunda-feira, 06 de Fevereiro de 2023, 10h:11 - A | A

TRAGÉDIA EM VERA

Policiais envolvidos em morte de jovem são afastados da função até conclusão de inquérito

Diego Kaliniski, de 25 anos, reagiu a abordagem policial dando socos e pontapés

CLARYSSA AMORIM
Da redação

Os policiais envolvidos na confusão que resultou na morte de Diego Kaliniski, de 25 anos, na madrugada deste domingo (5), em Vera (a 461 km de Cuiabá), foram afastados da função a partir desta segunda-feira (6). A Polícia Militar abriu um inquérito para apurar os fatos e os policiais seguem afastados até a conclusão das investigações.

O fato gerou uma repercussão nacional, sendo divulgado em programas de televisão e redes sociais do país. Diego foi morto por um dos PMs, após reagir a uma abordagem, onde chegou até a trocar socos e pontapés com um dos militares. 

LEIA MAIS: Homem agride policial e é morto com tiro no interior de MT; veja vídeos

Tudo começou quando os PMs foram atender uma ocorrência de pertubação de sossego. Ao serem abordados pelos policiais, Diego e o irmão não aceitaram e partiram para cima dos militares. Em determinado momento, Diego chegou a tomar o cacetete das mãos do policial. Esta não é a primeira ocorrência que Diego se envolve no interior. 

Vídeos mostram o momento em que Diego não aceita ser colocado no camburão e começa a chutar os policiais. O grupo de pessoas em volta também partiu para cima, foi quando um dos policiais atirou contra Diego. Ele caiu e morreu na hora. O irmão dele também foi baleado e segue internado no hospital. 

Em nota, o comandante-geral da Polícia Militar, Alexandre Corrêa Mendes, disse que é preciso falar da crise de autoridade que permite um jovem "esmurrar" um policial a fim de evitar ser conduzido. Segundo ele, diante de fatos complexos, não podem ser usadas respostas simples, do tipo "certo" ou "errado", colocando em xeque quem chega para resolver.

Comentou ainda que entende que nenhum jovem sai de casa para se divertir, para não retornar mais aos familiares. Assim como os policiais não saem de casa com o proprósito de atirar em alguém, embora estejam conscientes dessa possibilidade.

LEIA A NOTA NA ÍNTEGRA:

Perante a realidade policial soam frágeis todas as opiniões, especialmente as passionais, ditas a quente. Convocar a técnica policial para provar que uma vida humana pode ser ceifada, legalmente, não justifica o tamanho da perda, e como pais e mães nessas horas, resta-nos a dor pelos familiares e o pasmo da comunidade ordeira e pacífica de Vera.

Precisamos falar sobre a ação policial sim, e para tal um inquérito está em andamento. Mas precisamos falar também sobre a crise de autoridade que permite um jovem esmurrar um policial a fim de evitar ser conduzido. Precisamos falar também sobre o excesso de álcool, da regulação das festas e da boa educação que precede e previne o comportamento delituoso.

Precisamos falar ainda, com relevo neste caso, sobre a ausência de fiscalização e proibição de eventos regados a álcool em locais públicos; verdadeiro combustível para a quebra da ordem.

Poucos sabem mas não é apenas a PM a deter o "poder de polícia" para evitar males como esse. Regulação; fiscalização; notificação e embargo, são palavras que antecedem o trabalho policial ali --- e evitam tragédias.

Pois, diante de fatos complexos não podemos dar respostas simples, do tipo "certo" ou "errado", colocando em xeque quem chega para resolver.

Perdemos todos com a perda de uma vida. Nenhum policial sai de casa com esse propósito, embora consciente dessa possibilidade quando técnica. Nenhum jovem sai para se divertir para não retornar.

Todas as providências foram e estão sendo tomadas para que familiares e a tropa em questão não tenham ainda mais traumas a digerir, refletir e, por fim, lhes sobreviver --- porque assim a vida pede.

A sabedoria veda o juízo precipitado, eximindo de responsabilidade ou culpando quem quer que seja. Para isso já temos o inflamado tribunal mídiatico.

Respeitemos, contudo, a gravidade dos fatos com ações enérgicas de modo que situações trágicas como a ocorrida em Vera jamais se repitam em nosso Estado. Sobretudo que todos os nuances sejam esclarecidos em respeito à sociedade verense que tão bem acolhe o trabalho policial.

Alexandre Corrêa Mendes - Cel PM
Comandante-Geral da PMMT

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