“Alegre, sorridente, carinhosa e discreta, que não mexia com a vida de ninguém” — foi assim que o produtor cultural Raul Lazaro dos Santos Júnior descreveu Cleia Lima dos Reis, moradora em situação de rua de 44 anos, que morreu atropelada na noite desta quarta-feira (9), no bairro Porto, em Cuiabá. Conhecido como Mano Raul, ele é responsável pelo projeto Hip Hop Combate as Drogas e conta que Cleia estava presente em todas as ações promovidas na região.
“Ela era conhecida como pega-pega por gostar de abraçar e dar carinho. A conhecia há cerca de 10 anos e sempre estava na Praça do Porto. Era usuária de droga e pedia dinheiro ou comida para quem passava pelo local, mas pouco sabíamos sobre ela. Comentários falavam que sua família seria do bairro Dom Aquino, mas ela não dizia muito sobre sua origem”.
Em uma das iniciativas, Cleia aparece pegando marmita e sorri para a filmagem. Na ocasião, a iniciativa foi promoivida pela Caravana da Rua para Rua - do Instituto INCA - Inclusão, Cidadania e Ação, em parceria com a ONG Núcleo Hoje e conveniada ao Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.
Mano Raul destaca que logo que soube do atropelamento ficou muito triste e lamentou o ocorrido. “Não sabemos as circunstâncias do que aconteceu, se foi imprudência, falta de atenção, mas é importante identificar quem foi e que seja responsabilizado. A morte da nossa amiga não pode ficar impune”, destacou ele.
O QUE SE SABE
Cleia foi atropelada por uma carreta no bairro do Porto. Seu corpo foi esmagado pelo veículo. Ela era uma conhecida pedinte, que costumava ficar no semáforo em frente à Praça do Porto, local onde o acidente aconteceu.
A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foi acionada e realizou os procedimentos no local. A Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito (Deletran) investiga as circunstâncias do atropelamento.
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