Esta eleição põe em jogo todas as 435 cadeiras da Câmara. No Senado, 34 dos 100 senadores buscam a reeleição. "Não achamos provável que qualquer um dos lados tenha uma maioria muito forte no Congresso", avalia o economista-chefe do JPMorgan, Bruce Kasman.
O Senado, atualmente liderado pelos democratas, pode passar às mãos dos republicanos, de acordo com o cenário projetado por diferentes bancos e consultorias. A grande incógnita está quanto ao controle da Câmara dos Deputados, que historicamente tende a favorecer o partido que leva também a Casa Branca, embora nem sempre seja assim.
Câmara
O Inside Elections, um provedor de análise eleitoral não partidária, deu aos democratas uma vantagem ao inverter o controle da Câmara. O partido da vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, teria 214 assentos, ante 213 de cadeiras dos republicanos - outras oito estariam indefinidas ou seriam ocupadas por candidatos independentes.
A disputa está concentrada na Califórnia, que detém metade delas, conforme o provedor. "Independentemente disso, qualquer partido que controle o Congresso, provavelmente, terá apenas pequenas maiorias, o que deve funcionar como barreiras para novas medidas", disse Tiffany Wilding, economista da Pimco, maior gestora de renda fixa do mundo.
Para a Capital Economics, empresa independente de pesquisa econômica, há chances de que uma vitória de Donald Trump dê o controle de ambas as casas do Congresso aos republicanos. "Mesmo nesse cenário não esperamos que Trump tenha sucesso em aprovar um pacote de cortes de impostos adicionais no próximo ano", afirma a consultoria.
Gasto púbico
Tiffany afirma que, mesmo no caso de uma vitória republicana, o grau de expansão fiscal precificada nos rendimentos dos Treasuries - título do tesouro americano -, na reta final das eleições presidenciais nos EUA, provavelmente não ocorrerá. Ambos os partidos sinalizaram com aumento de gastos durante as campanhas, mas a direção da política fiscal dos EUA depende de quem controla o Congresso, pondera o JPMorgan.
O banco Goldman Sachs, em relatório, alerta ainda que o resultado das eleições ao Congresso podem demorar mais do que o da corrida à Casa Branca, em especial, se depender do desfecho na Califórnia. "O que pode levar várias semanas para ser contabilizado", projeta o gigante de Wall Street.
Rapidez
Já para a disputa presidencial, o Goldman Sachs projeta um cenário de apuração melhor do que em 2020, graças a mudanças no processamento das cédulas. "A parcela de votos pelo correio deve permanecer elevada em relação a 2016. Mas, dada a reversão de muitas exceções temporárias de votação durante a covid-19, deve haver menos abstenção", avaliam os analistas do Goldman Sachs.
Ao explicar as razões para as chances de o resultado da presidencial de agora ser mais rápido que em 2020, eles citam mudanças em determinados Estados. Michigan, por exemplo, começou a processar as cédulas dias antes da eleição, em comparação com 12 horas no dia oficial do voto, em 2020. Carolina do Norte e Flórida também devem divulgar resultados mais rapidamente. Há o temor, porém, de uma demora maior na Pensilvânia e em Wisconsin.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Com Agência Estado)
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