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Justiça Quinta-feira, 16 de Janeiro de 2025, 08:54 - A | A

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Quinta-feira, 16 de Janeiro de 2025, 08h:54 - A | A

PEDE OBRAS EMERGENCIAIS

Relatório técnico do MP aponta perigo de desabamento no Morro de Santo Antônio

Relatório técnico confirma necessidade de intervenções para evitar danos irreversíveis no Monumento Natural

DA REDAÇÃO

A vistoria técnica realizada no Monumento Natural do Morro de Santo Antônio pelo Centro de Apoio Técnico à Execução (Caex) Ambiental do Ministério Público de Mato Grosso, a pedido da 15ª Promotoria de Justiça Cível de Cuiabá, confirmou a ocorrência de processos erosivos no local. O relatório aponta que a via aberta representa risco à segurança dos visitantes e destaca a necessidade de obras emergenciais para evitar novos danos.

A inspeção ocorreu no dia 3 de janeiro, com a presença da promotora de Justiça Ana Luiza Avila Peterlini de Souza e do professor Auberto José Barros Siqueira, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

Conforme o relatório técnico do analista e engenheiro florestal José Guilherme Roquette, do Caex Ambiental, a interdição realizada pela Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra-MT) não tem sido suficiente para impedir a passagem de veículos, bicicletas e pedestres. Além disso, não há placas informativas sobre a proibição de acesso à via.

“Durante a vistoria, foram encontrados visitantes pedestres e ciclistas ao longo do trajeto e no topo do morro, cujo deslocamento estava sendo feito pela área aberta pela Sinfra. Também foram observados vestígios recentes de outros visitantes no local”, consta no relatório.

O documento ressalta que os processos erosivos têm evoluído rapidamente devido ao período chuvoso e à ausência de medidas de proteção do solo. As chuvas estão desagregando, transportando e depositando material particulado do solo, agravando a situação pela declividade, composição e profundidade naturais do solo local. Cerca de 750 metros da estrada aberta foram cobertos e compactados com material de aterro, e estruturas de drenagem foram instaladas no trecho, mas já apresentam danos causados pelas intempéries.

DIMENSÃO DO DANO

A vistoria indicou que a intervenção realizada na Unidade de Conservação Estadual, de categoria Proteção Integral, deixou o solo completamente desprotegido desde o estacionamento até a praça prevista no topo do morro, totalizando 2,97 hectares. A estrada possui aproximadamente 1.336 metros de extensão, com largura que varia de seis a 30 metros. “Esse cenário tem contribuído para uma rápida evolução dos processos erosivos, que, em alguns pontos, já expuseram o substrato rochoso do morro”, aponta o relatório.

Ainda segundo o relatório, o Plano de Controle de Erosão apresentado pela Sinfra se baseia principalmente em obras de drenagem de águas pluviais, mas essas medidas são insuficientes para conter a desagregação do solo e o transporte de sedimentos pela enxurrada. A secretaria solicitou um prazo de 40 dias para a conclusão do projeto executivo.

“Sendo assim, verifica-se a necessidade de medidas emergenciais para proteger o solo contra o impacto das chuvas e reduzir o transporte de sedimentos pela enxurrada, a fim de tornar o local mais estável”, concluiu o MPMT. Entre as recomendações, destacam-se a fixação de biomantas e retentores de sedimentos com fibras vegetais e, posteriormente, o lançamento de sementes de espécies nativas (arbóreas e gramíneas) do Morro de Santo Antônio por hidrossemeadura em toda a área afetada.

Confira o relatório na íntegra.

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