Detentos da Cadeia Pública de Primavera do Leste (234 km de Cuiabá) eram utilizados como mão de obra nas propriedades e empresas de Janderson Lopes, membro do Comando Vermelho, e do diretor da unidade, Valdeir Zelis dos Santos. Para conseguir autorização para o trabalho extramuros, eles pagavam propina à autoridade. Informações constam na decisão que autorizou a 'Operação La Catedral', deflagrada nesta terça-feira (7) pela Polícia Civil em Mato Grosso.
As investigações tiveram início a partir de uma correição que apontou irregularidades na cadeia pública em 2022. No decorrer do inquérito, a polícia constatou a existência do esquema voltado à cobrança de propina em troca do trabalho externo e de acomodações especiais na cadeia. Janderson, que cumpre pena no regime fechado, pagou cerca de R$ 20 mil para "trabalhar".
Na prática, o membro do CV continuou suas atividades criminosas junto à facção e viu seu patrimônio crescer vultuosamente com a aquisição de uma frota com 58 automóveis, incluindo tratores, caminhões e carros de luxo, imóveis rurais e urbanos. Para manter as empresas funcionando, ele se beneficiava do trabalho dos outros detentos que pagavam pela autorização.
Durante as investigações, a polícia também constatou que muitos dos presos autorizados a realizar trabalho externo se dirigiam à propriedade de Valdeir, indicando que também realizavam trabalho laboral lá.
Ao todo, estima-se que o esquema tenha movimentado R$ 24 milhões. No âmbito da operação, foram expedidas 132 ordens judiciais entre prisões preventivas, buscas e apreensões, bloqueios de contas bancárias, além de sequestro de bens móveis e imóveis dos investigados. Os mandados são cumpridos em cidades de quatro estados: Primavera do Leste, Paranatinga e Dom Aquino (MT); Uberlândia (MG); Rio Verde (GO) e Santana do Araguaia (PA).
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