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Empreendedor Domingo, 05 de Fevereiro de 2012, 12:14 - A | A

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Domingo, 05 de Fevereiro de 2012, 12h:14 - A | A

Estância Maués é modelo de produção de leite utilizando o sistema Voision

Com persistência e dedicação ao trabalho, produtor Carlos Olsson utilizou o sistema que, segundo ele, permitiu que o seu negócio passasse a ter lucratividade

ALIANA CAMARGO
[email protected]




A busca pela qualidade de vida e a vontade de sair do tumulto da cidade foram grandes motivadores para que o empresário Carlos Olsson e família começassem no início de 2003 a produção de leite em uma pequena propriedade localizada próxima ao município de Santo Antônio de Leverger, cerca de 35 quilômetros de Cuiabá.

O produtor implantou em seu sítio de 57 hectares e que atualmente tem um rebanho de 174 cabeças de gado o sistema de manejo de pastagem chamado Voision,  um método sustentável que ajudou a Estância Maués a despontar na produção de leite de forma higiênica e de qualidade. O próximo passo do produtor é alavancar o seu negócio com a venda de vacas leiteiras de excelência através do melhoramento genético.

A persistência no início, mesmo quando todos os amigos e conhecidos acreditavam que a produção de leite não daria certo, foi a grande força da família Olsson. Sabendo que ainda eles têm muito que aprender, o produtor Carlos Olsson diz que está sempre preparado para a mudança e é um bom  caminho para atingir as metas. “Depois de chegar no nosso objetivo temos a certeza que podemos caminhar ainda mais!”, afirma, convicto, o produtor.

A Estância Maués entrou no mercado de produção de leite há oito anos. No início, tinha apenas uma vaca girolanda, fruto do cruzamento entre raças brasileira e holandesa, que produzia pouco mais de 15 litros de leite por dia. Tempos depois o produtor investiu e aumentou o rebanho para 30 vacas da mesma espécie.

O gosto pelo negócio foi tão grande que Carlos Olsson, formado em administração de empresas, se viu obrigado a investir mais na produção. “Eu era um homem cem porcento urbano, mas sempre gostei de desafios. Esse lance de não conhecer nada me ajudou porque eu fui buscar coisas novas, foi o fator fundamental porque se você tem vícios é difícil encarar o novo. Eu fui atrás de coisas novas e diferentes que realmente estavam dando certo. Acho que tudo você tem que aplicar tecnologia e isso está sendo o diferencial”.

O modelo novo com o qual Carlos Olsson fala é sobre o sistema racional de manejo de pastagem, que fez com que a sua propriedade, que em princípio era para fugir de uma desilusão em uma loja aberta em Cuiabá, e que sofria constantes assaltos, se tornasse um negócio lucrativo e promissor.

Atualmente, a Estância Maués conta com o empenho de dois funcionários, do produtor Carlos, sua esposa Quelma e de seu filho veterinário Danielson. A Estância produz em média 850 litros de leite por dia, cerca 25 mil por mês e mais de 300 mil litros de leite produzidos ao ano. A produção do alimento na Estância Maués não para, e a atribuição para esse sucesso é dado à implantação do sistema Voision.

 

 

SISTEMA VOISION MELHORA A PRODUÇÃO

Criado pelo pesquisador francês André Voision, falecido em janeiro de 1965, o Pastoreiro Racional Voision é um método de manejo de pastagem que preconiza a divisão da área de pasto em várias parcelas, isso faz com que o trabalho seja otimizado, organizado e promove horários para o rebanho, diferente do sistema de produção extensiva que é muito utilizado em Mato Grosso.

De acordo com o médico veterinário Carlos Augusto Zanata, que integra a equipe de analistas de pecuária da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato) o Sistema Voision, introduzido em 1964 no Brasil, ainda é pouco difundido no Estado.

“Ainda é tímido o sistema aqui no Estado e acredito que ainda tem muito o que crescer e divulgar para expandir e melhorar a produtividade nas propriedades aqui em Mato Grosso”, disse Zanata.

A falta de informação e a tradição da produção extensiva impedem que os produtores no Estado mudem radicalmente e passem a utilizar o Voision, que segundo o analista de pecuária melhora e muito a produção.

Ao contrário do que muitos pensam, o sistema pode ser utilizado tanto para rebanhos que produzem leite, quanto na produção de gado de corte, afirma Zanata. O sistema pode minimizar o “mito” do latifúndio, no qual muitos produtores acreditam que precisa de muita terra para criar gado. “Eu e meu pai estamos implantando o sistema Voision em Tangará da Serra para produzir gado para abate. Gados como Nelore (raça) que é arredio se tornam tranquilos neste sistema porque ficam em contato com o homem, além de terem horários estabelecidos no dia-a-dia”, observou Zanata.

Segundo o analista, o produtor deve ter muita atenção já que o modelo de utilização de pasto deve ser bem utilizado na prática “Tem alguns produtores em Mato Grosso que acreditam estar utilizando o Sistema Voision, mas na verdade não aplicam direito, então têm que buscar informações e saber como realmente o modelo funciona”, alerta o analista da Famato.

Não é o caso do produtor Carlos Olsson que, para cuidar das 174 cabeças de seu rebanho, precisou transferir todo o conhecimento adquirido em viagens por propriedades de Minas Gerais e São Paulo para a prática diária na Estância Maués.

Das 174 cabeças, 88 são vacas, 37 novilhas (sendo que 22 estão prontas para serem inseminadas), 48 bezerros e um touro que são criados em apenas 57 hectares de terra, o que é considerado um grande feito pelo analista de pecuária Carlos Zanatta.

 

 

 

Atualmente, a Estância Maués tem 52 vacas em lactação que produzem em média 16 litros de leite por dia. Informado sobre a produção, o analista da Famato disse: “Com esses dados está comprovado que o sistema triplica a produção. Um produtor comum de leite produz 6 litros por vaca, e muitas vezes o alimento não tem a qualidade que consegue com o Sistema Voision”, afirma Zanata.

A qualidade do alimento foi o ponto chave para fazer com que as vacas, em momento de lactação, produzissem muito mais leite. Carlos Olsson dividiu a propriedade em 7 módulos, que por sua vez são divididos por 172 micros piquetes. Três grupos de 15 e 16 vacas que estão produzindo leite foram formados. Cada módulo tem em média 32 a 35 piquetes com dimensão variável. Todos os dias os funcionários da Estância Maués retiram as vacas de um piquete para outro e assim tem sempre capim de qualidade para se alimentarem. Ao final do mês, as vacas voltam para os piquetes do início já que o capim teve tempo para crescer.

Os piquetes são feitos pelo sistema de cerca elétrica que custam R$ 1 mil por quilômetro. A cerca convencional que utiliza cinco fios de arames custa em torno de R$ 7,5 mil por quilômetro.

Todos os módulos tem uma praça de alimentação, local bem arborizado onde as vacas vão para beber água e descansar após o ordenhamento.

A Estância Maués tem um grande módulo onde ficam as novilhas, vacas prenhes, as bezerras desmamadas e o boi. Este módulo também é utilizado na época da seca onde o produtor tritura a cana de açúcar e adiciona a ureia para substituir o capim que está escasso.

A organização do Sistema Voision é um dos pontos destacados pelo analista da Famato, Carlos Zanata. “O sistema condiciona o rebanho já que o produtor determina os horários, isso faz com que as vacas tenham um relógio biológico equilibrado”.
 
“As vacas são ordenhadas duas vezes: às 5h da manhã e as 16h, após a ordenha elas comem concentrado com cevada que é oferecido no coxo ainda dentro do curral, em seguida vão para os módulos. As vacas são acostumadas, passou da hora elas ficam amontoadas para ficar em fila. Essas vacas de leite a gente chama pelo nome (Sofia, Laranjinha, Preguiça), isso que deixa a gente viciado na coisa. Com essas vacas Girolanda não se grita no curral, não se bate numa vaca de leite de jeito nenhum, elas gostam de música porque elas relaxam e soltam o leite, tem muita gente que acha que é frescura, mas não é não, porque não se estressa uma vaca”, disse o produtor Carlos Olsson, que tem como xodó o bezerro "Brad Pitt".

De acordo com Carlos Olsson somente o Sistema Voision o possibilitou alcançar o sucesso de seu negócio. A meta para 2013 é produzir 2 mil litros de leite por dia, manter 100 vacas em lactação, porque a propriedade não comporta mais e vender em dois anos boas vacas que serão frutos do melhoramento genético através de transferência de embriões que vai possibilitar que uma vaca em lactação produza 20 litros por dia.

A Famato não tem dados de quantos produtores utilizam o modelo Voision em Mato Grosso, mas acredita que o sistema não está expandido no Estado. Para quem se interessar pelo sistema que possibilita uma produção promissora e que já existe há várias décadas, o analista de pecuária Carlos Augusto Zanata disse que a Federação está disponível para o produtor que quer implantar o sistema em sua propriedade.

 

 

Para Carlos Eduardo Olsson o sucesso de seu negócio significa: Persistência!

1. Qual diferencial desse trabalho?

A primeira coisa é qualidade de vida. A pessoa vem para cá e é uma outra realidade, saímos de um tumulto. Você aprende a gostar, você consegue fazer a coisa render e trabalha com muito prazer. Eu vi uma vez uma entrevista com o Garrincha (estrela do futebol, já falecido) onde ele falava: “Eu faço tudo isso que eu gosto e ainda ganho por isso”. Então eu penso isso também, faço tudo isso que gosto e ainda ganho por isso. No começo era complicado, porque o leite tem um ponto de equilíbrio que é 500 litros de leite, porque antes disso você está fazendo para se manter, depois disso você começa a ter lucro.

2. E o investimento no negócio?

Na verdade o investimento é caro, no início não tínhamos tanto investimento, no começo montamos um projeto e fomos caminhando lento porque eu não podia colocar tanto dinheiro. Fomos fazendo o investimento aos poucos. Então foram seis anos de muito trabalho e só depois do sexto ano conseguimos produzir mais de 500 litros, há mais ou menos três anos consigo tirar um lucro.

3. Para quem o senhor vende a produção?

Eu tenho uma parceria com o laticínio "De Rebeca", na Varginha, que fica aqui próximo à Estância, eles compram toda a minha produção e querem mais. Então a nossa meta é chegar a 2 mil litros até o final de 2013. Com o meu leite eles produzem o queijo coalho que é vendido no supermercado.

4. A produção de leite compensa?

Compensa, vendo a minha produção a 80 centavos, além da produção queremos vender a vaca no ponto alto de sua produção. O nosso projeto é criar nossos bezerras porque eles dão mais leite que as mães (melhoramento genético). Nosso projeto é que quando a filha entrar no curral nós vendemos a mãe na terceira prenhez, quando a vaca produz mais. Mas vamos passar a vender as vacas a partir do final do ano que vem (2013). Aproximadamente queremos vender de 50 a 60 vacas que estão em alta produção.

5. Dica para quem quer começar o seu negócio na produção de leite ou melhorá-lo?

A primeira coisa tem que gostar, se a pessoa não gostar, não entra. Agora é muito bom porque a pessoa fica viciada, mas a pessoa tem que ficar perto, porque aqui começa às 5 da manhã e em alguns dias terminam às 20h. Quanto a qualidade do leite de Mato Grosso, as produções ainda são precárias, sem a higiene devida, ainda existe a limpeza da teta com o rabo da vaca, e são mantidas no sistema antigo, o que gera vacas fracas, e uma produção de uma média de 5 a 6  litros por vaca. O sistema de ordenha é manual e isso não dá um leite de qualidade, além de produzir de 100 a 200 litros de leite por dia. Muitas vezes o produtor tem 200 hectares e não consegue manter 100 vacas. Acredito que Mato Grosso tem um longo caminho, está começando ainda. A primeira coisa que a pessoa tem que pensar também é em tecnologia, em sêmem de qualidade e qualidade de leite. Aqui ninguém coloca mão na teta, é tudo através da máquina para não ter problema de contaminação. Até mesmo a Universidade Federal de Mato Grosso já procurou a propriedade para ver o Sistema Voision aplicado e o local da ordenha da Estância Maués.

6. O que Sistema Voision significa para o seu negócio?

O Sistema Voision foi o que me ergueu na minha propriedade, melhorou as pastagens, se melhora as pastagens, melhora o gado, o gado come melhor e produz mais leite. O Sistema Voision é a facilidade que eu tenho de estar “tocando” o gado com muita facilidade. O sistema é muito importante, sem ele não poderia continuar, não acho que outro sistema poderia dar certo. É o mais viável pelo resultado e pela economia que o produtor tem para fazer o serviço. Além de aliar a um  sistema de ordenhamento funcional e com muita higiene. Eu estou aqui a 35 quilômetros de quase um milhão de pessoas e não tenho medo do meu negócio porque sei que as pessoas vão precisar do alimento.

 

 

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Fotos: Mayke Toscano/Hipernotícias

Fotos: Mayke Toscano/Hipernotícias

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AUREA GOMES BARBOSA 06/02/2014

Tenho uma propriedade em Minas Gerais, Triângulo Mineiro, estou pensando em começar a tirar leite, para dar pelo menos as despesas da fazenda, mas não tenho nenhum conhecimento com leite, não sei nem por onde começar. Gostaria de algumas orientações suas, se você puder claro! Obrigada Áurea

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fernando 12/09/2013

gostaria de tirar algumas duvidas com voce queria entrar em contato com voce

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2 comentários

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