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Economia Terça-feira, 25 de Março de 2025, 06:30 - A | A

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Terça-feira, 25 de Março de 2025, 06h:30 - A | A

Lucro líquido contábil da Sabesp soma R$ 1,435 bilhão no 4º trimestre, alta de 21% em um ano

CONTEÚDO ESTADÃO
da Redação

A Sabesp divulgou na noite desta segunda-feira (24) o balanço do quarto trimestre de 2024 e do acumulado do ano, ambos com expansão de dois dígitos nos lucros. No quarto trimestre do ano passado, o primeiro já sob a nova gestão da empresa, que foi privatizada em julho em leilão na B3, teve lucro líquido contábil de R$ 1,435 bilhão, uma alta de 21% em relação ao mesmo período de 2023 enquanto o lucro líquido ajustado foi de R$ 1,9 bilhão, crescimento de 64%. No ano fechado, o resultado líquido teve um salto de 171,9%, para R$ 9,58 bilhões.

O Ebitda ajustado (lucro antes dos impostos, juros e amortizações) ficou em R$ 2,3 bilhões no quarto trimestre, expansão de 4,1%, e em R$ 11,3 bilhões em 2024, aumento de 18,8%. Ainda entre os principais números, as receitas líquidas da companhia de saneamento somaram R$ 5,8 bilhões no quarto trimestre, alta de 5,8% em 12 meses. Em 2024, ficaram em R$ 21,7 bilhões, crescimento de 8,8%.

"O ano de 2024 foi muito positivo para a companhia", afirma o diretor financeiro da Sabesp, Daniel Szlak. Após a privatização, em uma oferta de ações que movimentou R$ 15 bilhões, a nova gestão assumiu em outubro de 2024, e os dados do quarto trimestre ainda pouco refletem essa mudança de comando, conta ele. Hoje, a companhia conta com 50% de executivos que vieram do mercado e a outra metade que eram da casa.

Em 2024, a Sabesp fez uma programa de demissão voluntária (PDV), que teve adesão de 2.039 funcionários, conforme números revelados pela primeira vez pela companhia. Para isso, a empresa fez uma provisão de R$ 630 milhões no ano passado.

Sobre a disparada de 172% no lucro em 2024, Szlak explica que teve relação com a preparação para a privatização, na medida em que a Sabesp precisou fazer um novo contrato de concessão com o Estado. Esse novo contrato unificou concessões com vários municípios, fez uma atualização do histórico desde a concepção desses ativos até agora, o que gerou um impacto positivo de R$ 5,4 bilhões no lucro. Na prática, para o acionista, esse lucro contábil maior vai gerar um dividendo maior. No ano passado, os proventos distribuídos pela companhia subiram 159%, para R$ 2,5 bilhões.

O diretor financeiro explica que o impacto da privatização vai aparecer em 2025 e ao longo dos próximos anos, a depender do resultado das medidas que forem sendo implementadas. A Sabesp tem um programa para universalizar o acesso a água e saneamento que prevê investimentos de R$ 60 bilhões até 2029. Para isso, o montante previsto para 2025 já vai ter que dobrar em relação aos R$ 6,9 bilhões de 2024. De agora para frente, serão necessários de R$ 12 bilhões a R$ 14 bilhões por ano em investimentos.

"Temos necessidade de captação importante, mas a companhia está pouco alavancada", disse Szlak. No quarto trimestre, o endividamento, medido pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda era de 1,8 vez, praticamente estável na comparação anual (1,7 vez no quarto trimestre de 2023) e menor que seus pares - na Aegea, por exemplo, estava em 3,7 vezes ao final do terceiro trimestre e na Iguá, em 7 vezes.

Aquisições e nova concessões

Frente a várias concessões de saneamento previstas para ir ao mercado em breve no País, ou mesmo venda de participações em empresas do setor, a Sabesp vai avaliar cada caso para ver se participa ou não, ressalta Szlak. Até porque se não entrar agora, vai ter que esperar 30 ou 40 anos - o prazo das concessões - para avaliar essas operações de novo, destaca o diretor. "Vamos olhar para tudo, mas daí para a gente fazer o investimento, tem uma diferença grande."

Na mesma linha, a empresa também vai avaliar todos os instrumentos para captar recursos, seja no mercado local ou no exterior. No quarto trimestre, levantou R$ 1 bilhão com a International Finance Corporation (IFC), instituição financeira do Banco Mundial, e no começo deste ano mais R$ 3,7 bilhões em emissões de debêntures. "Vamos acabar ao longo desses cinco anos olhando todos os bolsos que a gente conseguir", afirma o diretor.

A prioridade da Sabesp, assumida na privatização, é investir para universalizar o acesso à água e saneamento no Estado de São Paulo, comenta Szlak. "Qualquer coisa que ponha isso em risco não vai acontecer", disse ele. Ao mesmo tempo, tem a questão de alocação de capital, pois a Sabesp é forte geradora de caixa. Em caixa operacional, a empresa gerou R$ 7,4 bilhões em 2024. E tem restrição na distribuição de dividendos - em 2024 e 2025, é de 25% do lucro.

(Com Agência Estado)

 

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