O anúncio de novas tarifas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impõe cautela em semana de divulgações importantes, como dados de inflação aqui e nos EUA. O Brasil é o segundo maior exportador de aço mundial para os EUA.
A despeito de avaliar que a imposição de tarifas ao aço e alumínio no mundo pelo governo dos Estados Unidos gera cautela, o seu efeito pode não ser tão elevado no Brasil, avalia Marcos Moreira, sócio da WMS Capital. "Tem impacto direto, mas a magnitude não deve ser tão grande", estima, lembrando que as exportações de aço e alumínio do Brasil para os EUA ficaram na casa dos US$ 6 bilhões em 2024. "Não nos parece algo tão elevado, mas o ponto inicial é que devemos ficar atentos com esse assunto das tarifas", avalia.
"Trump está com a metralhadora ligada para tudo quanto é lado. Não é só o Brasil que pode ser contaminado, mas o mundo todo", diz Pedro Galdi, analista de investimento independente.
Em sua visão, o governo pode optar por rever a taxação do segmento no Brasil, cuja alíquota não é elevada, diz, o que atenuaria possíveis efeitos desfavoráveis.
Enquanto a oficialização não acontece, os ativos brasileiros se recuperam. O dólar ante o real opera em baixa, com a moeda tendo atingindo mínima intradia de R$ 5,74,68, influenciando para baixo parte da curva de juros. Na sexta-feira, encerrou em R$ 5,7936, com alta de 0,52%.
Contudo, na avaliação de Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, o tema das tarifas comerciais seguirá como foco importante dos agentes no curto prazo, embora a agenda econômica nos EUA nesta semana seja destaque.
O presidente norte-americano anunciou que aplicará tarifas de 25% sobre importações globais de aço e alumínio, a partir de hoje, além de reiterar tarifas recíprocas nos próximos dias.
"Se a decisão de Trump de taxas a importações de aço e alumínio for implementada, haverá impacto para o Brasil, que exporta para os EUA 48% de suas vendas de aço e 16% de alumínio. O valor total dessas exportações é de US$ 6,5 bilhões", detalha em nota a MCM.
Ainda na esteira das tarifas, a China iniciou hoje medidas retaliatórias sobre gás, carvão, petróleo e veículos, em resposta à taxação imposta por Trump, e a União Europeia disse estar pronta para reagir rapidamente aos EUA.
Em Dalian, o minério de ferro fechou com valorização de 0,79%, em meio ao aumento da inflação ao consumidor na China em janeiro acima do esperado. Já o petróleo avança em torno de 1,00%, após sanções americanas à rede de transporte de petróleo iraniano para a China.
Às 11 horas, o Ibovespa subia 1,24% e marcava 126.386,31 pontos, após avançar 1,42% na máxima aos 126.386,31 pontos, vindo de mínima de abertura de 124.619,40 pontos, com variação zero. Em Nova York, os índices futuros subiam entre 0,60% (Dow Jones e S&P) e 0,92% (Nasdaq).
Aqui, entre os papéis ligados ao setor de metais, Vale avançava 0,46%; Gerdau PN tinha ganhos de quase 3,30%; Gerdau Metalúrgica ON subia perto de 2,60%. Usiminas PNA tinha elevação de 0,89%; CSN ON zerava a queda, testando alta de 0,11%. Bancos também tinham elevações consideráveis, caso de Bradesco, perto dos 2,00%. Braskem PNA liderava o grupo das altas com 4,41%.
(Com Agência Estado)
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