Mesmo que esses temas sejam comumente para alocações de longo prazo, há oportunidades que já devem chamar mais atenção no ano que vem. Segundo a XP, são eles: impulso da transição energética; elevação da demanda de energia pelo avanço da inteligência artificial (IA); governança corporativa como fator ainda mais crítico; compromissos climáticos; e preparativos para o Brasil sediar a COP30, a conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas prevista para começar no dia 10 de novembro em Belém.
Conforme a temperatura do planeta aumenta, países e empresas têm dado maior atenção à necessidade da transição para fontes de energia limpa, e a China lidera esses investimentos, destaca Ungaretti. "Em uma perspectiva global, quando comparamos o montante de investimentos em energia limpa versus em combustíveis fósseis, o primeiro já supera, refletindo essa dinâmica de adaptação", diz a analista. Ela cita oportunidades em projetos de eficiência energética, armazenamento e infraestrutura, e vê o Brasil como um "hub de soluções".
Além disso, Luiza Aguiar, analista de Research ESG da XP, destaca oportunidades em produtos de baixo carbono que são produzidos no Brasil, como alumínio e aço. Ainda, o País tem potencial para atrair investimentos para produção de hidrogênio verde e biocombustíveis. "Transição energética não é apenas ampliar a matriz energética, que no Brasil é majoritariamente limpa, mas todo o arcabouço de produtos e a economia de baixo carbono que o Brasil pode fomentar", diz Aguiar.
Ainda na seara energética, Ungaretti menciona que a rápida expansão da infraestrutura necessária para IA, especialmente data centers, também levanta questões ESG, pela maior demanda por energia. Atualmente, data centers representam menos de 1% da demanda global, mas isso deve aumentar, segundo a analista. Nos Estados Unidos, a estimativa é que chegue a quase 12% da demanda total em 2030. Os investidores devem acompanhar quais fontes serão utilizadas para suprir esse consumo, e quais os desafios ambientais implicados. "Muitas dessas grandes empresas de tecnologia assumiram compromissos de emissões líquidas zero, e com isso elas precisam cumprir metas de alguma forma. Assim, as fontes de energia limpa se mostram importantes", acrescenta Aguiar.
Já o tema de governança corporativa não é novo, observa Ungaretti, mas embora o Brasil não tenha uma "grande cultura de ativismo acionário", ela afirma que há interesse dos investidores institucionais de se engajar com as companhias para fazer agendas avançarem. Um exemplo é a adesão à iniciativa PRI (Principles for Responsible Investment), que fomenta melhores práticas.
E, por outro lado, muitas empresas têm estabelecido compromissos ESG, muitas mirando 2030, aos quais os investidores estarão atentos uma vez que em 2025 chegamos ao meio da década. "Será um ano-chave para ver maior responsabilidade assumida e eventuais revisões das metas", diz Ungaretti.
(Com Agência Estado)
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