De acordo com o consultor jurídico da CNA, Carlos Bastide Horbach, a entidade está em tratativas com o escritório de advocacia que atende a Confederação em Bruxelas "para avaliar ação do Carrefour e de outras empresas francesas" sobre essas medidas. Horbach citou que as ações têm apoio do governo francês, após declarações da ministra de Agricultura da França. "Essas medidas podem caracterizar violação das regras de concorrência da União Europeia (UE). Por isso, a CNA vai formalizar reclamação junto aos órgãos da União Europeia para fazer valer a liberdade econômica e a proteção da produção brasileira naquele mercado", afirmou Horbach.
A reação da CNA ocorre em meio à polêmica entre o agronegócio brasileiro e o Grupo Carrefour. Há uma semana, o CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, comunicou em suas redes que a varejista se comprometeria a não comercializar carnes provenientes do Mercosul na França, independentemente dos "preços e quantidades de carne que esses países possam oferecer", sugerindo que os produtos não atendiam as qualificações do mercado francês. Em resposta à medida, frigoríficos brasileiros suspenderam o fornecimento de carnes ao Grupo Carrefour no Brasil e condicionaram a retomada do fornecimento a uma retratação pública de Bompard, o que ocorreu nesta terça-feira. Em carta ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, Bompard se desculpou pela confusão gerada com a agricultura brasileira e reconheceu a qualidade da carne brasileira.
(Com Agência Estado)
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