Na apresentação, Campos Neto pontuou que hoje cerca de 60% dos países estão com núcleos de inflação rodando acima da meta, cenário que acontece também no Brasil.
EUA
O presidente do Banco Central ainda reforçou que houve uma mudança generalizada na percepção do mundo a respeito de como será o "pouso" da economia dos Estados Unidos. "A gente tem tido uma precificação relativamente volátil nos Estados Unidos", frisou Campos Neto.
Em relação ao cenário atual nos EUA, o banqueiro central voltou a afirmar que os debates no contexto da disputa eleitoral do país apontavam para uma pressão inflacionária à frente.
Entre os focos dessa pressão, Campos Neto citou a questão de eventuais políticas de deportação por parte dos EUA, que podem gerar pressões nos preços em todo o mundo, se de fato forem concretizadas.
"Lembrando que a imigração foi o que conseguiu fazer com que a gente tivesse essa desinflação com pleno emprego nos Estados Unidos, que é uma coisa rara de se observar, então eu acho que é importante tentar situar isso daqui pra frente", detalhou Campos Neto.
China
Em relação à China, Campos Neto também lembrou, mais uma vez, que há muita dúvida acerca de como será o modelo de crescimento do país asiático daqui para a frente. "O consumo na China vem caindo ao longo do tempo", frisou o banqueiro central, dizendo que esse modelo de consumo estava muito ligado ao setor imobiliário e de infraestrutura.
Para Campos Neto, o contexto demográfico na China pode ter sido um dos responsáveis pela perda de dinamismo chinês. "A China hoje tem a menor taxa de fertilidade dos grandes países. Mesmo com alguns programas que eles têm tido de incentivo, não tem tido muito efeito, o que mostra uma mudança comportamental que é mais difícil de gerir no futuro", disse ele, acrescentando que isso também tende a ter efeitos sobre a produtividade chinesa daqui para a frente.
Transição energética
Ainda em relação aos desafios globais, Campos Neto citou novamente os custos que os países terão com a necessidade de transição energética, que serão muito mais altos do que o inicialmente imaginado.
Ele reforçou que a necessidade de transição vai gerar, obrigatoriamente, custos para empresas e governos.
(Com Agência Estado)
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