A comparação feita por promotores do Ministério Público (MPE) de gastos da Câmara de Cuiabá três vezes mais do que a Prefeitura levou o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) a investigar o Legislativo Municipal e decidir pelo afastamento do vereador João Emanuel Lima (PSD) da presidência da Mesa Diretora.
Enquanto o legislativo gastou este ano desde abril R$ 1,5 milhão no fornecimento de materiais de papelaria, o Palácio Alencastro teve gasto de R$ 500 mil. João Emanuel nega "algum esquema" investigado pelo MPE. Vereadores também foram intimados para se explicar sobre pagamento de propina após a Operação O Aprendiz.
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Os promotores agora vão verificar se a gráfica tem suporte de fornecimento dos materiais, estoque suficiente para justificar a movimentação financeira, e se os materiais de fato foram fornecidos à Câmara de Cuiabá.
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Na oportunidade, o promotor de Justiça Mauro Zaque, que também participa da operação, rebateu o pronunciamento feito por Eduardo Mahon, defesa do então presidente do Legislativo.
Mahon alegou que João Emanuel já havia prestado as informações requisitadas pelo Grupo na última sexta-feira (22) e que também não havia sido notificado.
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Dos oito mandatos de busca e apreensão expedidos, sete já foram cumpridos. Segundo os promotores, resta apenas um pelo fato do suposto envolvido ter mudado recentemente de endereço.
DEPOIMENTO DE VEREADORES
Nesta sexta-feira (29) todos os vereadores foram notificados e irão prestar depoimentos na sede do Ministério Público Estadual.
Os parlamentares serão ouvidos das 8h às 12h. Sete promotores, sendo quatro de atuação no Gaeco, participarão.
DOIS AFASTAMENTOS
Isso porque, pela manhã, houve o afastamento na esfera criminal. No período da tarde, contudo, a Cível também homologou decisão pedindo novo afastamento.
Segundo o promotor Marco Aurélio, o afastamento decretado no âmbito cível por atos de improbidade administrativa podem culminar no afastamento da função pública, perda de direitos políticos e ressarcimento aos cofres públicos. Já o criminal, entre as penalidades que variam conforme a Lei, também pode haver condenação.
OUTRO LADO
O advogado de João Emanuel, Eduardo Mahon, afirma estar tranquilo quanto ao procedimento de investigação criminal relativo aos gastos com papelaria que o Gaeco cita como fraude em licitação. Ele explica que o processo foi todo encaminhado, com tomada de preço em 2012, quando João Emanuel não era presidente.
O que foi feito, diz, foi uma adesão à ata de licitação após tomada de preço. ""Acabou 2012, o processo veio para ele, com pareceres, tomada de preço, pronto. Ele disse, contrato eu assino", afirma ao HiperNotícias.
Sobre o questionamento dos promotores do Gaeco de que o material pode não ter sido entregue e a capacidade da empresa, ele cita que tudo ocorreu de acordo com a lei. "Temos nota fiscal dos produtos, comprovante de empenho, cópia de quantidade entregue e de material disponibilizado", argumenta.
A reportagem tentou entrar em contato com João Emanuel , mas ele não atendeu à ligação.
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