A Vara de Execuções Penais da Comarca de Cuiabá registrou que 683 recuperandos do Sistema Prisional da Capital já se comprometeram a utilizar as tornozeleiras eletrônicas, após a intimação. Eles participaram de audiências admonitórias (oportunidade em que o preso recebe as condições imposta ao cumprimento de novo regime), realizadas desde dezembro do ano passado. Na próxima terça-feira (09), às 14h, no Tribunal Militar, no Fórum de Cuiabá, o segundo grupo de recuperandos receberá o dispositivo. As audiências para colocação das tornozeleiras passarão a ser a feitas uma vez por semana, até que se atinja o número informado. Ao mesmo tempo a Justiça acompanhará o monitoramento e funcionamento do sistema.
Presos provisórios (aqueles sem trânsito em julgado), condenados em Regime Semiaberto e reeducandos que cumprem pena em Regime Fechado, mas desenvolvam trabalhos extramuros, podem utilizar o dispositivo. Pouco mais de 2 mil pessoas na Capital teriam condições de uso do equipamento. Ele facilita a ressocialização, economiza aos cofres públicos cerca de 90% do gasto para a manutenção do preso no sistema e ainda assegura a vigilância em período integral, já que o dispositivo possibilita o monitoramento feito por uma Central, via chips de celular e GPS. Em caso de rompimento da tornozeleira ou da invasão de espaço (medidas restritivas), o sistema leva no máximo 20 segundo para acusar, dando a posição exata do usuário, possibilitando assim a ação imediata da polícia.
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O primeiro recuperando a receber a tornozeleira foi Marcelo Nascimento da Rocha. Ele cumpria pena de cinco anos e nove meses por estelionato. Ele disse ser favorável ao uso. “Quem não gostar é porque deve ter outras intenções. O Estado continua mantendo sua vigilância e nós ganhamos a oportunidade de retomarmos nossas vidas”, disse Marcelo que já está dando consultoria empresarial. Após ficar preso quatro anos, dois meses e 11 dias em regime fechado, Cícero Santos, iniciará uma vida nova. “Só por estar fora das grades já é bom. Minha família terá minha presença e eu tenho planos para abrir um salão de beleza”, salientou o recuperando que progrediu de regime no início deste mês.
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“Ainda há muito que ser feito, mas temos certeza de estarmos seguindo um bom caminho. A tornozeleira permitirá a reinserção de quem estava preso e trará tranquilidade à sociedade ao mesmo tempo. Estamos buscando restabelecer a dignidade dos recuperandos. Mato Grosso passou a ser exemplo em algumas ações. Somos o terceiro Estado da federação a acabar com a revista vexatória e o Sistema Prisional do Estado do Amazonas baixou portaria inspirada em nossas ações”, revelou o secretário de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Luiz Antônio Possas de Carvalho.
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