Dyonathan Celestrino, 21 anos, conhecido como “Maníaco da Cruz”, preso desde os 18 e considerado um dos serial kilers mais sanguinários do país, pode ser transferido para uma unidade prisional de Cuiabá. A informação é de um dos advogados do criminoso, que preferiu não se identificar.
Segundo o jurista, Celestrino deve passar por novos exames psicológicos até o mês de setembro e, possivelmente, até dezembro o pedido para trazê-lo para Cuiabá deve estar nas mãos da Justiça de Mato Grosso.
O motivo, segundo o advogado, seria o perigo que seu cliente corre dentro da penitenciária em que está detido, em Campo Grande. “Atualmente ele convive sozinho, está em isolamento, mas corre riscos lá. Ele é ameaçado e por conta de seus problemas mentais, tem vários surtos. Por isso, queremos transferi-lo para Cuiabá. O problema dele é psiquiátrico”, comentou.
Nesta semana, o Maníaco da Cruz chegou a ameaçar um agente com um garfo. Esse é o terceiro caso em que Dyonathan apresenta 'comportamento confuso' e ameaça agentes. Em setembro do ano passado, um servidor na unidade chegou a ser ferido por uma lança artesanal durante um surto. Ainda assim, segundo a diretoria da cadeia em que ele está preso, afirmou que não há possibilidades de transferência para o preso em Campo Grande, mas não comentou sobre a saída de Estado.
Por conta dos crimes em séries, Maníaco da Cruz, enquanto foragido ganhou repercussão nacional. Ele é natural de Rio Brilhante, interior de Mato Grosso do Sul. Neste mesmo município, ele cometeu seus três crimes de homicídios e outros pelo menos cinco atentados.
Ele tinha várias marcas que deixava sobre suas vítimas. Uma delas é após a morte, mantê-las como se estivessem crucificadas. Daí por diante ganhou o apelido de Maníaco da Cruz. Entrevistado pela primeira vez ao ser preso, Dyonathan disse que tinha como grande espelho o Maníaco do Parque, que matou 16 mulheres em São Paulo. “Me orgulho dele, e tenho muita inspiração. Se ele com 21 anos matou 16, eu tentei matar mais que ele, mas não consegui. E ainda confirmo para vocês que eu não me arrependo de nada”, disse o criminoso, de altíssima periculosidade, ao programa Cidade Alerta, apresentado por Marcelo Rezende.
Mortes em Rio Brilhante
Dyonathan ficou conhecido como 'Maníaco da Cruz' em 2008, quando tinha apenas 16 anos, depois de matar o pedreiro Catalino Gardena, a frentista Letícia Neves de Oliveira e a jovem Gleice Kelly da Silva e deixar seus corpos posicionados em sinal de crucificação em cemitérios.
As vítimas eram submetidas a uma 'sessão de perguntas' sobre seus comportamentos sexuais antes de serem executadas por serem consideradas impuras. Há sete anos, ele foi apreendido na Unei (Unidade Educacional de Internação) de onde fugiu e ficou a pouco mais de um mês foragido.
De acordo com o site Noite Sinistra, que relata alguns dos crimes mais bárbaros do país cometidos pela mesma pessoa, o adolescente, na época dos crimes, andava com uma capa preta, lábios e unhas pintadas de preto e sempre à noite com uma faca na mão.
Em 2008, o jovem levou pânico aos moradores da pacata Rio Brilhante. Com uma faca, ele abordava suas vítimas e as obrigava a relatar como era sua vida sexual, e a relação que tinham com Deus.
Baseado nessa entrevista, ele avaliava a pessoa como “pura” e “impura”. Depois o criminoso as matava, deixando os corpos das vítimas em forma de cruz. Assim aconteceu com sua primeira vítima, o pedreiro Catalino Gardena, de 33 anos.
O corpo foi encontrado em um terreno baldio na Rua Mohamed Ali, no centro da cidade. Segundo a perícia, ele foi morto com uma facada no coração e enforcado com um saco de lixo. Em seu peito, foi escrito a faca a palavra “INRI” que significa Jesus Nazareno, Rei dos Judeus.
Exatamente um mês depois da primeira morte, Letícia Neves de Oliveira, 22 anos, sai de casa a noite e diz que vai encontrar com amigos. Ela não voltou mais. Seu corpo foi encontrado a apenas 40 metros de sua casa, dentro do cemitério São Cristóvão. A cena deixou os moradores e policiais da cidade assustados: Letícia estava despida, deitada em cima de um túmulo com os braços abertos e as pernas juntas com os pés cruzados, como se tivesse sido crucificada.
O legista atestou como causa da morte asfixia causada por esganadura. Como Letícia tinha uma tatuagem de cruz no peito, o assassino acabou por não repetir o que fizera com Catalino, portanto ele não deixou nenhuma inscrição na jovem.
No dia 07 de outubro, o corpo de uma adolescente de 13 anos foi encontrado em uma construção na Rua Manoel Bento, no Conjunto Por do Sol, em Rio Brilhante. Ela havia sido morta na noite anterior.
O nome da vítima era Gleice Kelly da Silva, e seu corpo estava posicionado em forma de crucificação, com os pés cruzados e os braços abertos, ela estava sem blusa e sem sutiã. Esse já era o terceiro crime com as mesmas características ocorrido nos últimos meses na cidade.
24 de Agosto de 2008 – Uma sobrevivente: As mortes e a forma como os crimes aconteceram assustam os moradores de Rio Brilhante. Com medo de que ele seguisse o padrão (matar no dia 24 de cada mês), pais não deixavam suas filhas irem as aulas, comércios fechando antes do horário, ruas, praças e calçadas desertas. Ninguém ousa sair de casa. Um show, porém, aconteceria naquela noite. O show de uma dupla sertaneja foi um fracasso de público, mas alguns arriscaram.
Uma jovem, identificada como Carla aguardava o retorno da ligação de sua mãe quando foi abordada por um homem vestindo roupas e capa pretas, usando um cordão com um pentagrama e com as unhas e lábios pintados de preto. E o pior: portando uma faca.
Sem dizer muitas palavras o homem aproxima-se e diz: “Vai andando vadia!”
O relato da jovem ao jornalisma Marcelo Rezende é feito com detalhes. Segundo a vítima, que conseguiu sobreviver, eles caminharam por vários minutos entre as ruas da pequena cidade de Rio Brilhante. Enquanto caminhavam, o estranho homem a todo momento falava que a libertaria dos seus pecados e que a enviaria para o céu. Por fim acharam uma casa em construção. Foi aí que começou “A Entrevista”.
· Maníaco: Você acredita em Deus?
· Carla: Sim
· Maníaco: Você é virgem?
· Carla: Sim.
· Maníaco: Quantos namorados já teve?
· Carla: Nenhum.
· Maníaco: Qual sua opção sexual?
· Carla: Sou heterossexual.
Enquanto era "entrevistada" pelo estranho homem, o celular de Carla não parava de tocar, era sua mãe, desesperada em busca de informações sobre a filha. Em dado momento o estranho disse: “Você deve ser amada por sua família”.
“Sim, muito”, respondeu Carla.
Depois de mais de duas horas de "entrevista" o estranho homem disse: “Você é realmente ingênua. Saí para matar uma vadia e encontrei você. Você está livre.”
Na época Carla relatou à polícia que: “Não demonstrei medo, não entrei em pânico e deixei ele falar. Durante todo o momento achei que não sairia viva”.
Ao ser "entrevistada", Carla inteligentemente percebeu o que se passava na cabeça alienada do Maníaco. Respondeu a todas as suas perguntas de forma a não contrariá-lo.
Prisão
Os policiais começaram a fazer as buscas, principalmente com a pressão da imprensa e da população e passaram a seguir “Dog Hell 666”. Esse nome era usado no perfil do Orkut de Dyonathan Celestrino. Ele chegou a fazer comentário na página de recados do Perfil no ORKUT de Gleice Kelly. Com isso,a polícia começou a investigar e perceberam que o usuário era gótico. Em seu álbum de fotos, haviam várias fotos em cemitério e simulações de rituais satânicos.
Conclusas as investigações, os policiais foram ao endereço do rapaz. As duas horas da madrugada do dia 9 de outubro de 2008, o menor foi apreendido em sua casa. Em seu quarto a polícia encontrou: um canivete sujo de sangue (usado para marcar o peito da primeira vítima); a blusa de Gleice Kelly; pulseiras de Letícia de Oliveira; recortes de jornais com reportagens sobre o caso; um poster do Maníaco do Parque; e revistas pornográficas.
O maníaco
A frieza do adolescente deixou os policiais boquiabertos. O menor não demonstrava remorso e dizia que planejava matar novamente. Inspirado em Francisco de Assis Pereira, que ficou conhecido como “Maníaco do Parque” pelos crimes cometidos em São Paulo, há uma década, o garoto tinha como meta ultrapassar o número de assassinatos cometidos por Pereira.
Questionado sobre a periculosidade do rapaz, o advogado confirmou que o problema dele é psiquiátrico e que atualmente ele está tranqüilo, inclusive frequentando grupos religiosos dentro da cadeia e sonha em fazer advogado.
“O momento é de transferência. Não queremos expor ninguém, mas sim garantir o direito dele dentro da cadeia. Precisamos de tratamento médico para ele e após cumprir as condenações, ele deve fazer faculdade. Basta a Justiça de Mato Grosso aceitar. Se não der certo, iremos buscar meios em outros estados”, comentou o operador do direito.
Não temos vaga
Marcos Lopes/HiperNotícias
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Juiz Geraldo Fidelis garante que Cuiabá não tem vaga para novos presidiários
O magistrado Geraldo Fideles Neto, titular da Vara de Execuções Penais de Cuiabá, garantiu que não há vagas em Cuiabá para o remanejo de um preso desse gabarito ou qualquer outra periculosidade.
O juiz também disse que além disso, o magistrado ainda precisa mostrar que tem vínculos em Mato Grosso. “A transferência dele não será tão fácil quanto parece. Vou ter que ouvir o sistema penitenciário sobre a periculosidade dele e ainda mostrar que tem vínculos familiares aqui em Cuiabá”, disse.
Atualmente Cuiabá tem mais de três mil presos em estado de regime fechado. Sendo dois mil no antigo Pascoal Ramos, 700 no antigo Carumbé e outros quase 300 entre Centro de Custódia e Polinter.
“Qualquer preso que chegue para Cuiabá precisa passar por um sistema de triagem. Aliás, precisamos primeiro fazer uma troca. Um preso daqui tem que ir para lá e depois a gente entender se o de lá tem condições de ficar aqui. Mas ressalto. Aqui (Cuiabá) não tem vaga”, disse o magistrado Geraldo Fidelis.
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