O geólogo e professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Caiubi Khun, disse ao HNT TV que a erosão "mudará" de lugar a cachoeira Véu de Noiva, em Chapada dos Guimarães (a 65 km de Cuiabá). No entanto, o processo irá demorar milhões de anos. Segundo ele, se fôssemos capazes de fazer uma viagem no tempo, entre 400 a 600 milhões de anos atrás, observaríamos que a posição da atração turística não era a mesma da atual.
"Se a gente viajasse há alguns milhares de anos atrás ela estaria mais para cá. E, se a gente viajasse para alguns milhares de anos à frente, a gente enxergaria aquela cachoeira 'comendo' aquela rocha, erodindo aquela rocha que está ali, ela estaria bem mais para trás do que está hoje", asseverou o professor que é um dos principais pesquisadores da memória geológica de Chapada.
"Se a gente viajasse alguns milhares de anos à frente, a gente enxergaria aquela cachoeira 'comendo' a rocha, erodindo aquela rocha que está ali, ela estaria bem mais para trás do que está hoje", destacou o geólogo.
Essa mudança tem implicações climáticas e estruturais, datada do período em que a região era tomada pela água do mar. Conforme as placas tectônicas foram se movimentando, a água do oceano foi absorvida, deixando rastros da sua existência. Alguns desses fósseis de invertebrados marinhos estão espalhados pelo estacionamento da cachoeira e também podem ser observados no Museu de História Natural, no Jardim Europa, em Cuiabá.
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"Ali na cachoeira Véu de Noiva, por exemplo, nós temos essas rochas que foram formadas nesse fundo do mar, há 410, 600 milhões de anos. Quem vai andando ali, olhando bem atentamente no caminho entre o estacionamento e a cachoeira, às vezes, pode enxergar no chão fósseis de conchinhas", explicou o geólogo.
Caiubi alertou que essas movimentações podem resultar em eventuais quedas de blocos, similares a que causou a morte de Saira Tamires Dutra dos Reis, de 17 anos, em abril de 2008.
"Em 2008 ocorreu um episódio de uma queda de bloco que levou a óbito uma pessoa, é a queda, é esse processo de erosão da cachoeira querendo ir um pouquinho para trás. Isso a gente não enxerga ao longo da nossa vida. Vamos enxergar em milhares, milhões de anos", concluiu.
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