Este ano, a mobilização nacional conhecida como “Breque dos Apps” trouxe à tona a insatisfação dos entregadores. O movimento mostrou ao Brasil a realidade dura enfrentada por esses profissionais: pressão por entregas rápidas, longas jornadas sem remuneração justa e total desamparo diante de acidentes e doenças. A luta é por direitos básicos, reajuste de taxas, reconhecimento e melhores condições de trabalho.
Representantes da Associação Instituto Motoboy de Cuiabá, Estevão Cardoso e João Gabriel Patriota definiram que ser motoboy é muito mais do que pilotar uma moto pelas ruas das cidades. “É encarar uma rotina intensa, marcada por prazos apertados, pressões constantes e riscos diários”, destacam eles.
Segundo João Gabriel que também está à frente da Associação de Entregadores de Aplicativo, em meio ao corre frenético das entregas, a categoria se tornou essencial nas grandes e pequenas cidades brasileiras, como é o caso de Cuiabá e Várzea Grande, onde cerca de 10 mil profissionais tiram uma renda mensal de até R$ 2 mil realizando entregas de todos os tipos. “A profissão é marcada pela informalidade.
Com o crescimento acelerado dos aplicativos de entrega e a entrada desenfreada de novos trabalhadores no setor, a precarização do trabalho tornou-se ainda mais evidente”, destaca João. Estevão Cardoso reforça que plataformas como iFood, Uber Ibis e Entrega XP dominam o mercado, oferecendo serviços com custos reduzidos para as empresas, o que levou à demissão de funcionários contratados e sua substituição por prestadores autônomos. “Isso gerou uma concorrência desleal, redução na qualidade dos serviços e, principalmente, falta de segurança para os trabalhadores”.
RISCOS E DESAFIOS DA PROFISSÃO
A rotina dos motoboys é repleta de percalços. Os riscos vão desde acidentes de trânsito — muitas vezes causados pela imprudência de motoristas e motociclistas ou pela negligência nas condições das vias — até assaltos e roubos durante entregas. “Um dos principais desafios da profissão é garantir a segurança em meio a tantos perigos nas ruas”, reforça Estevão.
Segundo ele, para tentar reduzir os riscos, os motoboys precisam adotar cuidados essenciais: conhecer os locais mais perigosos da cidade, utilizar itens de segurança adicionais além dos obrigatórios, como luzes extras e baús reforçados, além de fazer um planejamento cuidadoso das rotas.
Quando o tempo de entrega for curto, manter a calma e priorizar a segurança é fundamental. “A direção defensiva e o uso correto dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) são indispensáveis para quem quer voltar para casa em segurança todos os dias”.
ATUAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO
Criada há dois anos em Cuiabá, a Associação Instituto Motoboy é um dos principais instrumentos de apoio e conscientização da categoria na região. A entidade atua oferecendo informações, promovendo debates e dando suporte aos profissionais. “Esclarecemos a ter cuidado para manter os nossos maiores patrimônios, que são a saúde e a família”, destaca João Gabriel Patriota.
Diante de um cenário de insatisfação e insegurança, a associação também luta por uma regulamentação mais efetiva da profissão, em níveis nacional, estadual e municipal. Isso inclui combater a informalidade, exigir melhores condições de trabalho e pressionar por leis que protejam o trabalhador que, mesmo essencial, ainda segue invisível para grande parte da sociedade.
Os representantes da Associação destacam a organização como uma das maneiras mais eficazes de combater a precarização e dar voz à categoria. “A união dos motoboys fortalece a luta por melhorias reais, desde taxas, salários mais justos até políticas públicas que garantam segurança, respeito e reconhecimento à profissão”, reforça João.
“Ser motoboy é, antes de tudo, um ato de coragem. Em cada curva, semáforo e entrega realizada, esses trabalhadores provam que merecem mais do que um agradecimento — merecem dignidade, respeito e direitos”, pontua Estevão.
PARA SER MOTOBOY
Para exercer a atividade, seja como autônomo ou contratado, o motoboy precisa cumprir alguns critérios básicos: Ter, no mínimo, 21 anos de idade; Possuir dois anos de habilitação na categoria A; Utilizar colete de segurança; Estar atento às exigências previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Além das exigências legais, o profissional precisa estar preparado para desempenhar diversas funções, como: Coletar e distribuir encomendas; Entregar refeições, medicamentos, revistas e jornais; Atender restaurantes, farmácias e empresas de e-commerce com agilidade e responsabilidade.
O canal comunicação da categoria é via grupo de mensagem no (22) 99731-7462 ou pelo Instagram: @bomentos e @barbudaojoaogabrielpatriota
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