Procurado pelo Estadão, Wajngarten afirmou que a "espetacularização de atos formais e naturais nada mais é do que atestar a inocência de todos os envolvidos diante da tentativa vazia de buscar culpados onde sequer existam ilegalidades".
"Em nenhuma hipótese há qualquer envolvimento de minha parte além do assessoramento técnico que desde o primeiro momento foi de depositar tudo junto ao TCU cumprindo à determinação da época, bem como responder às questões de mídia e comunicação", disse.
Os policiais federais acharam uma procuração do ex-presidente Jair Bolsonaro para Fábio Wajngarten "retirar e transportar, por quaisquer meios e por quaisquer rotas (inclusive internacionais)" o chamado "Kit Ouro Rosé" - uma caneta, um anel, um par de abotoaduras, um rosário árabe e um relógio da marca suíça Chopard.
O arquivo - PROCURAÇÃO PARA TRANSPORTE DE BENS (1).pdf - foi encontrado no celular de Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro. Em outro aparelho, também do ex-assessor, a PF localizou uma foto da mesma procuração assinada "possivelmente" com a rubrica de Bolsonaro.
Para os investigadores, a menção às "rotas internacionais" indica que as joias estavam no exterior e não na fazenda do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet, em Brasília, como alegou Wajngarten.
"Fábio Wajngarten aderiu ao esquema criminoso, praticando atos executórios, dentro da divisão de tarefas estabelecidas pelos investigados, para recuperar as joias do denominado kit ouro rose, com a finalidade de trazê-las para o Brasil, ocultando a localização e movimentação das joias, assim como, escamotear os proventos auferidos por Jair Bolsonaro com a negociação dos demais itens desviados do acervo público", diz um trecho do documento.
A Polícia Federal indiciou, em julho do ano passado, o ex-presidente e mais 11 pessoas no inquérito das joias, incluindo Fábio Wajngarten, acusado de lavagem de dinheiro e associação criminosa. Os investigadores afirmam que Bolsonaro e seus aliados desviaram itens de alto valor do acervo da União.
(Com Agência Estado)
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