Daniela era professora do departamento de Ciências Atuariais da Unifesp desde novembro de 2013, enquanto Abraham Weintraub iniciou seu vínculo com a instituição um ano depois, em novembro de 2014, no mesmo departamento. Os salários do casal estavam suspensos desde abril de 2023, quando a universidade começou uma investigação para apurar se Daniela e o ex-ministro haviam abandonado seus cargos.
O Estadão tentou contato com Daniela por meio de Abraham Weintraub, mas não houve retorno até a publicação do texto. A Unifesp também foi procurada para comentar a decisão, mas não respondeu.
Weintraub alega 'constrangimento' e foi punido pela CGU
Em agosto de 2023, em uma transmissão ao vivo publicada em seu canal no YouTube, Abraham Weintraub disse que Daniela solicitou à universidade uma licença não remunerada em 2018. O ex-ministro afirmou que pediu a mesma licença ao assumir o cargo de ministro da Educação, mas continuou a receber os vencimentos. "Sem eu solicitar, eles depositaram dois meses de salário na minha conta, depois pararam e falaram que não estou dando aula", disse. "Querem criar constrangimento."
Em fevereiro, a Controladoria-Geral da União (CGU) determinou a demissão do ex-ministro por faltas injustificadas. Weintraub também está impedido de exercer funções de confiança no Executivo federal por oito anos. O ex-ministro disse que a decisão era uma "perseguição" da "CGU do Lula".
Abraham Weintraub foi o segundo ministro da Educação da gestão de Jair Bolsonaro (PL). Deixou a pasta em junho de 2020, após 14 meses no cargo. A saída ocorreu após a divulgação, em maio daquele ano, de um vídeo em que chamou magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF) de "vagabundos" durante uma reunião ministerial.
Após a passagem pelo Ministério da Educação, foi nomeado como diretor-executivo do Banco Mundial. Permaneceu na entidade de julho de 2020 a abril de 2022, quando deixou o cargo com o objetivo de se candidatar ao governo de São Paulo.
Weintraub está rompido com Bolsonaro desde então, pois o então presidente preferiu apoiar a candidatura ao governo paulista de outro ministro da gestão, Tarcísio de Freitas. O ex-titular da Educação concorreu, então, ao cargo de deputado federal. Teve 4.057 votos e não conseguiu se eleger.
Para 2024, o ex-ministro ensaia uma "pré-candidatura" à Prefeitura de São Paulo. Ele pretende judicializar um pedido de candidatura avulsa, ou seja, concorrer ao cargo sem estar filiado a uma legenda.
(Com Agência Estado)
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