Aos prantos, a mãe do jovem Gabriel Aredas, de 24 anos, que morreu baleado por um policial militar de Mato Grosso em um bar da cidade da divisa Aragarças (GO), clamou por justiça e desmentiu a versão do agente. Ao se apresentar no Batalhão da Polícia Militar em Barra do Garças (511 km de Cuiabá), onde é lotado, ele alegou que agiu em legítima defesa. No entanto, a mãe do rapaz contesta a versão e afirma que Gabriel foi atingido pelas costas, ficando a bala alojada no olho.
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O caso aconteceu no domingo (5), em um bar localizado no setor Santa Luzia. O policial alegou que Gabriel atirou primeiro e ele revidou. O jovem foi atingido na cabeça e chegou a ser socorrido para um hospital, mas morreu logo após dar entrada na unidade de saúde.
Contudo, segundo a genitora, Gabriel foi ajudar uma mulher que estava sendo agredida pelo companheiro dentro do estabelecimento comercial. Mas, o policial militar teria ‘tomado as dores’ do agressor e atirou contra o jovem pelas costas.
“Tinha um casal brigando, um homem batendo na mulher e ele [Gabriel] entrou no meio para acudir a mulher. Aí, esse policial estava lá, mas nem da briga participou. Aí, se doeu (sic) pelo homem que agredia a mulher e atirou no meu filho covardemente pelas costas. O tiro pegou na cabeça dele e ficou alojado no olho. Agora, ele [policial] está falando que atirou por legitima defesa. Legitima defesa atira pelas costas? Eu quero só fazer essa pergunta para as autoridades”, questionou em entrevista ao Comando Geral.
Emocionada, ela clamou por justiça, dizendo querer a condenação do policial militar envolvido no caso.
“Eu quero justiça porque todo crime está ficando impune. Não quero que esse fique impune, se existe lei nesse mundo, quero justiça. Eu quero que esse homem, esse policial corrupto, olhar sanguinário, quero que ele pague. Ele tirou a vida do meu filho. Meu filho não tinha maldade no coração, meu filho era um menino bom, era tudo pra mim. Não sei como vou fazer para viver sem meu filho. Eu clamo por justiça, ele atirou pelas costas e está mentindo que é legitima defesa. Eu quero que ele seja condenado e preso para não fazer isso com o filho de mais ninguém porque eu criei dois filhos sozinha, não tive ajuda de ninguém para depois de criado vir um marginal desse e decepar a vida do meu filho”, pediu.
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Logo depois dos fatos, o agente se apresentou à Polícia Militar de Barra do Garças e alegou que agiu em legítima defesa. Ele foi levado para a Delegacia de Aragarças na manhã desta segunda-feira.
Em coletiva de imprensa, a tenente-coronel responsável pelo 5º Comando Regional, Andréia Vital Costa, afirmou que o caso será investigado pela Polícia Civil.
Por meio de nota, a Polícia Militar afirmou que também abrirá procedimento interno para apurar o ocorrido.
Nota à imprensa
“Na noite do último domingo (05/05/2024) o Comando do 5° CR tomou ciência de uma ocorrência no município de Aragarças-GO, onde um Policial Militar pertencente a este Comando, após ter sido vítima de disparos de arma de fogo, teria revidado a agressão sofrida, fato que culminou no óbito do suspeito.
Logo após o fato, o policial militar se apresentou à autoridade policial para registro dos fatos e prosseguimento da ocorrência, todavia, após os fatos ocorridos em seguida, quando suspeitos realizaram um atentado contra as instalações da Polícia Militar em Aragarças-GO, supostamente em represália ao fato, por questões de segurança o Policial se encontra junto ao Comando do 5° CR aguardando as providências cabíveis.
Reiteramos que além dos procedimentos de investigação da Polícia Judiciária Civil de Goiás, também será instaurado procedimento interno da PMMT para apuração das circunstâncias dos fatos”.
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