Os blogueiros Oswaldo Eustáquio, Bismark Fugazza e Paulo Souza telefonaram a Bolsonaro relatando a apreensão e o então presidente determinou que a entrada deles fossem liberadas. As informações constam no conteúdo da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
O delator afirmou que disse a Bolsonaro que o auxílio prestado aos blogueiros "poderia causar problemas". O presidente, então, determinou que um "carro da Presidência levasse Oswaldo Eustáquio para o local que estava hospedado em Brasília". Os outros dois ficaram para jantar com o presidente.
Àquela altura, eles eram investigados por incitação a atos antidemocráticos e por envolvimento com as chamadas milícias digitais. Logo depois, tiveram a prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
"Com medo de também serem presos, ligaram para o presidente Jair Bolsonaro, que mandou que autorizassem a entrada de Bismark, Paulo Souza e Oswaldo Eustáquio no Alvorada. A intenção era evitar que fossem presos", relatou Mauro Cid.
Conforme o relato de Cid, Bismark Fugazza e Paulo Souza entendiam que os CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores de armas), grupo armado que cresceu sobremaneira a partir de medidas tomadas por Bolsonaro, apoiariam um plano golpista.
"Entendiam que os CACs apoiariam o ex-presidente em uma tomada de decisão, como uma tropa civil em caso de um golpe", disse o tenente-coronel.
O quebra-quebra começou depois que a polícia prendeu o indígena José Acácio Serere Xavante, em 12 de dezembro de 2022. Apoiador de Bolsonaro, ele participava de acampamentos golpistas e havia feito ameaças contra o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Com a prisão, na parte central de Brasília, um grupo de bolsonaristas tentou invadir a sede da PF e ateou fogo em carros e ônibus que estavam nas cercanias do prédio.
Hoje, Oswaldo Eustáquio está na Espanha e é considerado foragido. Ele é apontado como um dos principais alvos das milícias digitais por conta de sua atuação na internet com ataques e desinformação em favor de Bolsonaro.
Bismark e Paulo são do canal Hipócritas, do YouTube. Bismark, o dono do canal, foi preso em 2023 no Paraguai. Em seguida, foi liberado com a condição de usar tornozeleira eletrônica.
(Com Agência Estado)
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