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Artigos Sexta-feira, 23 de Maio de 2014, 12:43 - A | A

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Sexta-feira, 23 de Maio de 2014, 12h:43 - A | A

Raposas e Leões

GISELE BERGAMASCO



Divulgação

Hoje, após poucas horas de um sono tranquilo e restaurador, acordei assim, inspirada. Brasil... Mato Grosso... Copa do Mundo... Prisões... Delações Premiadas... Incertezas... Dúvidas... e no fundo, no fundo, a vontade por mudanças!

Não tenho como não afirmar que o Brasil seja o mesmo desde que as ondas de CPIs instauradas verdadeiramente com a finalidade de cumprir o seu papel, começou a mostrar os seus escrutínios efeitos.

Arrisco em dizer ainda que teve início com um tal Roberto Jefferson, então deputado federal pelo Rio de Janeiro, que ficou nacionalmente conhecido por denunciar publicamente o esquema do mensalão e pasmem, por ironia do destino, foi um dos militantes que atuou na ‘tropa de choque’ que tentava defender o então presidente Fernando Collor de Mello do impeachment.

Início de um novo tempo? Início de uma nova era? Não sei... mas presenciei uma massa pensante e atuante inundar o Brasil e assustar o Congresso Nacional, excetuando-se àqueles que usaram dessa força magnífica para badernar e fazer uma forma de protesto irracional, foi um momento histórico.
Hoje perto do início do Mundial de 2014, vejo vários protestos. Protestos tímidos... protestos mais acirrados... protesto de gente simples, que não entende a lógica científica de como funciona a tributação e a repartição de Receitas no Brasil, mas entendem a falta de água, de esgoto, de escola, de hospitais, e avistam uma irracionalidade sem fim, diante de tanto gasto público.

Sou servidora pública há exatos 12 anos. Sou apaixonada pelo Poder Político legitimado pela soberania popular, como uma forma de capacitar o Estado através de seus governantes a terem condutas e ações que visem à necessidade dos seus Governados e do próprio Governo, resignando os interesses próprios ao bem comum, essa é a razão do Estado, como já preceituado por Nicolau Maquiavel em O Príncipe. Nesta obra o autor faz alusão a dois animais: o Leão e a Raposa. Segundo ele, deve o governante, quando não atingir sucesso através do uso leal da força (como o faz o nobre leão), se usar do ardil e da astúcia, como o faz a raposa para contornar sua carência do atributo físico, possuidor das virtudes dos dois animais, deve o Estado saber conciliar as duas naturezas, em vista do contexto e do caso que a situação exigir.

Não querendo discordar de Maquiavel, acredito que o Brasil hoje vive seu momento "raposa", e as raposas somos nós. Eu, você, o outro e mais o outro, vivemos hoje a astúcia, a ilusão de
um país bonito e belo, ao menos para aqueles que vem prestigiar a tão sonhada Copa do Mundo.

Se sou contra a Copa? Não. Se sou a favor de tratarmos com deselegância os turistas? Também não, neste aspecto acredito até que devemos todos ser cortês e educados, afinal não eles têm culpa do país que temos, e se estão aqui é porque nos avistam como leão, aquele ser nobre e bonito prescrevido por Maquiavel. Se isso é realidade ou não é outra história.

Tenho visto discursos e manifestações empolgantes com os últimos acontecimentos em nosso Estado e com as atitudes tomadas pelos ministros do Supremo Tribunal Federal. Tenho visto a idealização atribuída ao ministro Joaquim Barbosa, não que ele não seja merecedor do meu respeito e gratidão, mas torná-lo um ícone da impunidade ao ponto de ser candidato a presidência da República já é demais. É como dizia Rui Barbosa: "De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude", assim acabamos por concordar com esse tipo de pensamento, e não é assim. O STF tem que fazer o seu trabalho, o Congresso tem que fazer o seu trabalho, o Senado tem que fazer o seu trabalho e nós temos que fazer o nosso.

Nós simples eleitores, temos que nos conscientizar da nossa força, podemos pestanejar, manifestar, aplaudir as ações que inibem a corrupção, mas temos, acima de tudo, que ser "raposas", aqueles animais estratégicos e inteligentes.

Podemos ir às ruas? Sim. Podemos manifestar? Sim. Podemos aproveitar a Copa? Sim. Podemos torcer pelo Brasil? Devemos, e não me refiro simplesmente à seleção brasileira, mas torcer por um Brasil mais justo e sem corrupção. Podemos pintar nossas caras de verde e amarelo? Sim, porém devemos fazê-lo consciente de que o povo não vive de festa, a educação não vive de futebol, a saúde não pode ser uma chance de fazer Gol.

Eu amo meu Estado, eu amo meu país, e serei a raposa que mostrará a inteligência na hora certa, na hora decisiva. Enquanto "aparento" comemorar as celebrações do Mundial, já que nada mais poderá ser feito em relação a isso, toda minha energia e toda minha força estará direcionada para as urnas. É lá, no dia das eleições, que cada um de nós deveremos indubitavelmente nos pintar de verde e amarelo e ganhar o jogo. Essa será a maior e melhor comemoração de todas: um Brasil nosso, um Brasil campeão. Eu acredito!


* GISELE BERGAMASCO é servidora pública

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