O futuro bate à nossa porta, não com a sutileza de uma brisa, mas com a força de um vendaval tecnológico chamado Inteligência Artificial. Dominá-la com ética e segurança, ou sermos dominados por ela: esta é a encruzilhada em que nos encontramos.
O impacto massivo da inteligência artificial (IA) em nossa vida cotidiana já não é uma simples possibilidade, mas uma realidade por vezes assustadora. A IA reimagina a comunicação, a medicina e até a segurança pública com uma combinação de eficácia e precisão que nunca vimos antes. No entanto, o potencial devastador dessa tecnologia para liberdade e privacidade não pode ser subestimado. Para garantir que essa poderosa ferramenta sirva à humanidade, em vez de controlá-la, é essencial que o Brasil reaja, afirmando um compromisso inquebrantável com legislação robusta e ética.
A recente aprovação do Projeto de Lei 3821/2024 no Brasil marca um passo inicial, mas em um mar de crescente complexidade tecnológica, é apenas o começo. O exemplo europeu, materializado no "AI Act", demonstra como classificar diferentes aplicações de IA por risco pode proteger a sociedade sem sufocar a inovação, garantindo que seus benefícios não sejam sombreados pelos riscos da vigilância massiva ou das discriminações injustas. Da mesma forma, o Canadá, com a sua "Lei de Inteligência Artificial e Dados" (AIDA), defende que a proteção dos dados e a responsabilidade corporativa sejam prioritárias, servindo como um bastião de ética e transparência frente às distorções dos algoritmos.
Para o Brasil, o desafio é claro. Aqui, temos a oportunidade de seguir o exemplo global ao convocar uma comissão especial na Câmara dos Deputados. Um coletivo de mentes inovadoras e experientes, de variados setores e origens, que pode arquitetar um marco legal abrangente. A responsabilidade desta comissão é dupla: garantir que a IA seja um aliado da inovação tecnológica sustentável e ao mesmo tempo defenda com vigor os direitos dos cidadãos, promovendo a ética e a inclusão em todas as suas aplicações.
O tempo urge e a possibilidade de sermos ultrapassados por tecnologias de inteligência artificial, desenfreadas e reguladas desigualmente, cresce a cada dia. Esta situação não é mais uma questão de ficção científica; é a nossa realidade. Se não agirmos com visão e empenho, a IA poderia ditar nossos passos e minar os pilares fundamentais de nossa sociedade democrática. A necessidade de um controle ético não é apenas uma precaução; é imperativa. A criação de uma comissão especial no Brasil é não só um dever, mas uma questão de sobrevivência e liderança global. Em um mundo onde a tecnologia avança e transforma tão rapidamente, cada decisão nossa esculpe o futuro que herdaremos.
Pode parecer que estou pintando um quadro apocalíptico, mas falo como alguém que trabalha cotidianamente imerso nessa tecnologia. A cada dia enfrento a crescente habilidade e o espantoso potencial da IA. Os perigos não são hipotéticos; são reais e iminentes. É em nossas mãos responder a este desafio antes que a IA tome as rédeas de nosso destino. O futuro está sendo forjado agora, e somos nós que devemos escolher o caminho a seguir.
(*) MARCELO SENISE é Idealizador do Instituto Brasileiro para a Regulamentação da Inteligência Artificial, Sócio Fundador da Comunica 360º, Sociólogo e Marqueteiro, atua há 36 anos na área política e eleitoral, especialista em comportamento humano, e em informação e contrainformação, precursor do sistema de análise em sistemas emergentes e Inteligência Artificial. Twitter: @SeniseBSB / Instagram: @marcelosenise
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