A desinformação a respeito da arritmia cardíaca é um dos grandes desafios para demonstrar como essa doença pode ser mortal. Embora pareça algo simples, a arritmia atinge 20 milhões de brasileiros e provoca mais de 320 mil mortes súbitas ao ano no País, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac).
Mas o que é a arritmia cardíaca? É uma mudança que ocorre na formação ou na condução do estímulo elétrico do coração que provoca modificações do ritmo cardíaco. O normal é nosso coração ter uma frequência de batimentos cardíacos entre 60 e 100 vezes por minuto.
Há vários tipos de arritmias, contudo, as mais comuns são divididas em dois grupos: a bradicardia, quando os batimentos cardíacos diminuem e se mantém abaixo de 60 batimentos por minuto, ficando mais lentos e a taquicardia, quando inversamente são ultrapassados os 100 batimentos por minuto, ficando acelerados sem a realização de atividade física.
Também faz parte dessa relação de arritmias: a fibrilação atrial, extrassístole, flutter atrial e arritmias hereditárias. Sendo a mais prevalente entre os idosos a fibrilação atrial, que apresenta batimento rápido e irregular dos átrios (câmaras superiores do coração). O quadro pode contribuir para a formação de coágulo no coração que, se não tratado, pode levar a um AVC. A doença afeta 2,5% da população mundial, o que equivale a cerca de 175 milhões de pessoas. Estima-se que até 10% das pessoas acima de 75 anos possuam a doença.
Entretanto, qualquer pessoa pode ter arritmia cardíaca, independentemente da faixa etária, gênero ou condição socioeconômica. As arritmias cardíacas podem se manifestar em recém-nascidos, jovens “supostamente” saudáveis e até em esportistas. Mas são mais habituais em portadores de doenças do músculo cardíaco(miocardiopatias) ou doenças hereditárias do sistema elétrico e idosos.
Os sintomas mais relatados na arritmia cardíaca são: palpitações como “batedeira” no peito, tontura e/ou desmaio, sensação de batimentos lentos e irregulares, pressão baixa, confusão mental, fraqueza e desconforto no peito. No entanto, há casos que a doença é assintomática.
A arritmia pode ser grave, já que compromete o bombeamento do sangue para o corpo, problema que em casos extremos, pode provocar a morte súbita. A exemplo de óbitos que tem ocorrido com jovens atletas.
É fundamental a investigação médica se o paciente observar batimentos cardíacos anormais ou outros sintomas característicos da doença. O ideal é procurar um cardiologista prontamente para obter o diagnóstico especializado.
A arritmia pode ser curável, em alguns casos. O tratamento pode ser medicamentoso auxiliando no controle e correção do ritmo ou por meio de intervenções que reparam as áreas do tecido cardíaco que estão causando as arritmias voltando ao fluxo normal de batimentos.
Quando o quadro não é reversível, o tratamento tem como finalidade regular os sintomas, minimizar os riscos de complicações e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Em síntese, para prevenir arritmias cardíacas e quaisquer outros tipos de doenças cardiovasculares, é preciso adotar uma mudança do estilo de vida com alimentação saudável, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e energéticos, não fumar, praticar exercícios físicos regularmente e evitar a obesidade e o estresse. Também é muito importante fazer consultas médicas regulares.
(*) SANDRO FRANCO é médico cardiologista e intensivista do Hospital São Mateus de Cuiabá.
Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br
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