Nossa universidade federal completa 54 anos de criação, mais de meio século.
Nascida na Base Aérea de Campo Grande, hoje Mato Grosso do Sul.
Assinaram o ato de criação o Presidente Médici e o Ministro da Educação Jarbas Passarinho.
Era Governador do Estado, ainda não dividido, Pedro Pedrossian, e eu seu Secretário de Educação.
É normal que a nossa cinquentona instituição de ensino superior lembre com carinho dessa data.
Muito se fez por muitos no período de consolidação desse projeto pensado em 1808 na antiga capital do Estado, Vila Bela da Santíssima Trindade.
Foram 162 anos de muita luta da população do nosso Estado, para ter a sua universidade, onde pudesse fornecer ensino superior aos seus filhos.
Foi o maior projeto social implantado em nosso Estado, e ofereceu oportunidade a todas as classes sociais para o acesso à qualificação superior.
Muito se tem a comemorar nesta data, e historiadores, jornalistas, estudiosos, professores e estudantes procuram depoimentos dos fundadores ainda vivos.
Muitos já partiram, deixando saudade e exemplos de ética e eficiência na tarefa de implantação da nossa universidade.
Não irei citar nomes para não cometer injustiças, com os colegas de epopeia que vivem no plano espiritual.
Os frutos deste trabalho estão espalhados pela nossa sociedade, ocupando nossos Poderes, sem exceção.
Como sobrevivente desse grupo que tirou um Decreto Presidencial do Diário Oficial da União de 10 de dezembro de 1970 e transformou-o em realidade, sou muito procurado para entrevistas e depoimentos.
Evito ao máximo comentar sobre o passado de mais de meio século para não ser mal interpretado.
A história da universidade já foi contada nas minhas crônicas publicadas no blog do bar do Bugre, de fácil acesso.
Sendo protagonista, não continuei um trabalho que já existia, pois só existíamos no papel.
Como reitor pro tempore, e depois reitor-fundador criamos algo novo, bem diferente de descobrir o que já existe.
Para um jovem professor, ou aluno da UFMT, é importante lembrar que nascemos como fundação regidos pela CLT.
Tínhamos autonomia didática, financeira e administrativa.
O Presidente da República nomeava seis nomes para o Conselho Diretor.
Desses seis, um era eleito para ser Presidente e outro Vice-Presidente, com mandato de seis anos, podendo ser reeleito por mais seis.
O Presidente do Conselho Diretor, era o Presidente da Fundação Universidade Federal e Reitor.
Anos depois, a FUFMT foi transformada em autarquia, o que foi um erro do Governo Federal.
(*) GABRIEL NOVIS NEVES é médico e ex-reitor da UFMT.
Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br
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