A auxiliar de saúde bucal e ciclista Angela Tavares tem casa em Armação dos Búzios na Região dos Lagos do Rio de Janeiro e costuma frequentar a região ao menos uma vez por mês. Durante a viagem de férias da família, numa ida à praia com a filha Thayane, de oito anos, ela vivenciou no início de fevereiro o que viria a se tornar comum para os moradores da cidade: encontrou um escorpião-amarelo, o tipo do aracnídeo mais perigoso e que mais causa acidentes no Brasil.
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As duas estavam na água quando Thayane pediu que a mãe buscasse a boia para elas usarem no mar. Quando retornou à areia, Angela se deparou com o animal vivo e andando no objeto. Imediatamente, ela avisou e perguntou a um casal de argentinos que estava perto, e eles confirmaram que realmente era um escorpião.
— Fiquei apavorada, comecei a imaginar se ela tivesse ido buscar a boia sozinha e voltasse com ela no corpo. Ela só tem oito anos. Mostrei ao casal de argentinos, eles levantaram e foram embora na hora. Eu matei o bicho e fui embora, na hora nem pensei em nada, só em sair de lá. — disse Angela ao GLOBO.
Apesar da prefeitura de Búzios afirmar que monitora a situação, a infestação parece se perpetuar. Segundo Angela, ela tem visto relatos na internet de outras pessoas que tiveram contato com escorpiões-amarelos na cidade. E, além do receio de outro encontro com o aracnídeo, Angela teme também o aumento dos casos de dengue.
— O bairro já está infestado de mosquito e minha filha teve dengue em novembro, então, não volto por enquanto. Parece que alguém achou um outro escorpião em um short na Rasa, aí estou com medo, não vou não. Vou esperar isso 'baixar' para voltar. Como eu moro num sítio, eu me cuido muito, presto atenção antes de sentar nos lugares, costumo olhar, mas várias pessoas falam que estão encontrando escorpiões em Búzios — contou ao GLOBO.
Sem registros de acidente até o momento, o fluxo de turistas, o tempo quente e úmido e a forma de reprodução dos animais tem elevado o perigo de uma infestação com maiores proporções em Búzios.
Típico do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, o escorpião-amarelo é responsável pela maioria dos acidentes no Brasil e pode causar desde sintomas leves como dor, edema e vermelhidão, até situações mais complexas, com sudorese, queda de pressão, náuseas, vômito e dores abdominais.
Conhecidos por se alimentarem de insetos pequenos como baratas e moscas, os escorpiões podem ser encontrados em diversos locais e existem na natureza há mais de 450 milhões de anos. Ou seja, esses bichos viram o surgimento dos dinossauros, a extinção deles e o aparecimento dos humanos.
Venenosos e com grande capacidade de camuflagem, os escorpiões-amarelos ajudam no equilíbrio ecológico, pois se alimentam de pequenos insetos e também fazem parte da cadeia alimentar de animais maiores, como gambás.
Com até sete centímetros de comprimento, os escorpiões-amarelos são de cor amarelada com manchas nos palpos, pernas e cauda. Sua parte ventral é caracterizada por uma mancha escura que compreende o corpo sem faixas ou alterações. Já a cauda, é coberta por pequeno filamentos nos últimos segmentos que antecedem o espinho.
O Tityus serrulatus se adaptou bem em áreas urbanas e em periferias de grandes cidades, com isso, conseguiu ampliar sua distribuição pelo país e se tornar a principal causadora de acidentes no Brasil. Sua reprodução se dá principalmente por partenogênese, ou seja, o processo em que não há necessidade de cruzamento entre machos e fêmeas.
FONTE: https://oglobo.globo.com/rio/noticia/2024/02/23/mulher-encontra-escorpiao-mais-perigoso-do-brasil-na-boia-da-filha-em-praia-de-buzios-medo-de-voltar.ghtml?utm_source=whatsapp&utm_medium=canalwpp&utm_campaign=canaloglobo
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