É das coxias dos teatros onde o pai atuava que vêm as primeiras lembranças de Débora Bloch sobre Beatriz Segall, a Odete Roitman da primeira versão de "Vale tudo" (1988), papel que ela assume, a partir de segunda-feira (31), no remake da novela da TV Globo. Jonas Bloch trabalhou com Beatriz em três peças ("fez Hamlet, Frank V e Os executivos", relembra), e a filha o acompanhava nos fins de semana.
— Ela me conhecia desde criança. Quando eles fizeram Hamlet, eu tinha 7 anos — contou a atual Odele ao GLOBO.
Anos depois, as duas se reencontraram, mas como colegas na novela "Sol de verão", de Manoel Carlos, exibida na TV Globo em 1982.
— Cresci, virei atriz e, na minha primeira novela das 20h, "Sol de verão", eu fazia a neta dela, filha da Irene Ravache.
Na trama, Débora era Clara, filha única de Rachel (Irene Ravache), que sofre quando a mãe se separa do pai dela, Virgílio (Cécil Thiré). Beatriz é Laura, mãe de Rachel, uma viúva apegada às tradições.
— A gente gravava ali na Rua Von Martius (no bairro do Jardim Botânico, Zona Sul do Rio), não tinha Projac, e eu morava ali perto. Me lembro de ela ter ido na minha casa, dar entrevista nós três, (representando) as três gerações: filha, mãe e avó. Convivi muito com ela.
Hoje, Débora repete o papel da vilã aos 61 anos, mesma idade de Beatriz na primeira versão de "Vale tudo".
— É curioso. Quando eu ia imaginar isso? Ser convidada para fazer esse papel tão marcante na vida dela?
Quem foi Odete Roitman?
Há quem diga que a personagem é a vilã das vilãs, a maior megera da teledramaturgia brasileira. Fato é que Odete Roitman aprontou um tanto em "Vale tudo" — mas não teve final feliz. Há poucas semanas do término da novela, ela foi morta a tiros e o mistério sobre a autoria do crime parou o país. Só se falava em "quem matou Odete Roitman?" em dezembro de 1988.
Dona do grupo TCA, a milionária era uma mulher racista, classista, que detestava o Brasil. Vivia na Europa e, quando chegava ao Brasil para visitar a família e dar uma olhada nos negócios, não sobrava pedra sobre pedra. Irmã de Celina (Nathália Timberg) e mãe da alcoolista Heleninha (Renata Sorrah) e Afonso (Cássio Gabus Mendes), ela fez de tudo pra influenciar na vida amorosa dos dois. Sua grande aliada foi Maria de Fátima (Gloria Pires), alpinista social que, para subir na vida e casar com o herdeiro da TCA, se aliou á megera, e topou armar a separação da mãe, Raquel (Regina Duarte), de Ivan (Antonio Fagundes), para que ele se casasse com Helena. No combinado com Odete, também prometeu convencer Afonso a deixar o Brasil e se estabelecer, em definitivo, em Paris.
No remake, além de Débora para o papel de Odete, foram escalados Paolla Oliveira para viver Heleninha, Malu Galli para Celina, Humberto Carrão para Afonso, Bella Campos para Fátima, Taís Araujo para Raquel e Renato Goés para Ivan.
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