O ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro (PSD), enrolou-se em seu depoimento à Comissão de Agricultura na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (19), e soltou que partiu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a "sugestão" para que o ex-secretário de Política Agrícola, Neri Geller (PP), pedisse demissão. Fávaro explicou que a recomendação foi feita durante reunião no Palácio do Planalto em 11 de junho para que não houvesse conflito de interesses na investigação do leilão do arroz. Segundo o ministro, Neri foi comunicado um dia antes e concordou.
Fávaro começou a receber os nomes das empresas vencedoras do certame em sua volta da China, em 15 de junho. Ele chegou na madrugada e agendou uma conversa na manhã do dia 16 com o ex-secretário. O ministro contextualizou as questões que relacionavam Neri Geller às suspeitas de fraude e ele as desmentiu. No dia seguinte, Lula "sugeriu" a exoneração.
"Cheguei na madrugada do domingo e marquei a primeira reunião de manhã com o próprio Neri, depois no Ministério de Desenvolvimento Agrário, com a AGU (Advogacia Geral da União), com a CGU (Controladoria Geral da União) e, depois, remarcamos uma segunda reunião para fazer uma análise mais detalhada da equipe técnica e, na terça-feira de manhã, (marcamos reunião) com o presidente Lula", falou o ministro.
Foi nesta conversa com o presidente que foi levantada a possibilidade das ações do governo federal serem colocadas em xeque e Lula "sugeriu" o pedido de demissão para 'limpar' a imagem do seu staff. O ministério contou que antes de anunciar o desligamento, ligou para Neri e ele consentiu.
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"Na terça-feira de manhã, (marcamos reunião) com o presidente Lula, quando foi dado (sic) os encaminhamentos de cancelar o leilão e o pedido, e a sugestão de que o Neri poderia pedir a demissão para que pudesse ser feita a investigação. Eu liguei para o Neri e ele disse que 'faça o que for', de forma muito cordial, e foi isso que anunciei", esclareceu Carlos Fávaro.
Mas, na prática, houve um revés e, quando foi questionado sobre a exoneração, Neri Geller afirmou que não tinha nenhum aviso prévio, sendo informado pela imprensa. Fávaro desconversou.
"Ele deve ter refletido e preferiu dizer que foi demitido, não foi a pedido", opinou o ministro.
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