O delegado Antenor Pimentel, da Delegacia de Combate ao Crime Organizado (GCCO), definiu como “situação extrema”, na manhã desta segunda-feira (10), resultado da Operação ‘A César o que é de César’. A prisão de dois membros do Comando Vermelho, apontaram serem os responsáveis por extorquir e ameaçar comerciantes em Várzea Grande. Ele destacou depoimentos de vítimas que desenvolveram depressão, que compraram arma para se defender e até pensaram em cometer suicídio para se livrar das ameaças dos faccionados.
Sobre a situação ser pontual ele explica não saber se acontece só no município. “Não sei dizer se é só em Várzea Grande. Vimos vítimas com depressão, que fechou o comércio, vítima comprou uma arma para se defender e pensou em usar ela para se matar. A situação é extrema. O tráfico já é dominado por facção, a lavagem de dinheiro já é dominada por facção e agora, extorsão, é a gota d’água”, pontuou.
Na prisão dos dois membros do CV, em Cuiabá, identificados como Ozia Rodrigues, popular Shelby, 35 anos, ocorrido no bairro Jardim Fortaleza e do outro Carlos Rodrigues Lopes da Silva, conhecido como ‘Maxixi’, de 29 anos, no Tijucal. Eles foram apontados como violentos, sendo que Shelby exercia função de ‘disciplina’ no Comando Vermelho e Maxixi é seu ‘braço direito’.
“Os dois foram identificados como autores de ameaças e extorsões contra comerciantes, especialmente os que atuavam dentro do camelô da cidade. Eles cobravam uma taxa de funcionamento de 5% sobre o faturamento mensal dos lojistas”.
Durante as investigações e iniciada as diligências, Ozia pagou a vista uma passagem no valor de R$ 5 mil para o Rio de Janeiro. Ele ficou escondido na Rocinha.
“Quando a PJC começou a investigar o caso para valer, os suspeitos perceberam e, na mesma madrugada, um deles comprou passagem de R$ 5 mil à vista e ficou escondido na Rocinha – comunidade do Rio de Janeiro. A rocinha se tornou um reduto da criminalidade. “A gente ficou fazendo o monitoramento dele, que se portou como foragido. Apesar da esposa ter empresa, salão, passou dois meses sem aparecer. Prendemos ele fora de casa, realmente foragido”, disse o delegado.
O seu comparsa, o ‘Maxixi’, reforça as ameaças aos comerciantes e, em algumas situações, assumiu atitudes mais agressivas, com violência nas abordagens e tem papel direto na cobrança e recebimento das taxas ilegais.
Questionado sobre quantas vítimas estariam passando por extorsão e o valor que o crime já teria beneficiado a facção, o delegado não divulgou.
“Estamos fazendo trabalho de porta em porta, procurando as vítimas. Estamos fazendo um esforço para ajudar, convencer a depor mesmo sem colocar o rosto. Então, até assim, as pessoas têm medo”, relatou.
Os comerciantes são monitorados e com base na rotina são intimidados e obrigados a pagar as taxas.
“A empresa tem um porte X, então, para começar no projeto, vai pagar R$ 50 mil, R$ 70 mil. Depois mensalmente, se você for parceiro, se cooperar e não enganar, passa para R$ 3 mil, e se for bacana, baixa para R$ 1.5 mil”, segundo Antenor.
Ele reforça que no primeiro contato na apresentação é passado uma falsa alegação de oferecer segurança aos estabelecimentos, mas na realidade esses criminosos exercem pressão sobre as vítimas, as coagindo e amedrontando”, ressalta o delegado.
Também participaram da coletiva os delegados Gustavo Belão e Rodrigo Azem.
A Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado (DRACO), está localizada na Rua Carlos Antônio de Almeida Melo, no Centro Político Administrativo, Cuiabá – MT. O sigilo é garantido pelo telefone: (65) 9 8173-0700 – plantão ou 197, além do email: [email protected]
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