A família do idoso João Antônio Pinto, que morreu em confronto com policiais civis em sua propriedade rural no Contorno Leste, espera que o Ministério Público dê continuidade nas investigações e ofereça denúncia contra o investigador da Polícia Civil Jeovânio Vidal Griebel por envolvimento na morte do idoso, ocorrida em Cuiabá, em fevereiro deste ano. Na semana passada, o delegado Marlon Luz, responsável pelo caso, concluiu que Jeovânio Vidal agiu em legítima defesa e arquivou o caso.
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De acordo com a advogada Gabriela Zaque, que representa a família de João Pinto, a decisão de Luz não cabe recurso. Agora, está nas mãos do Ministério Público, que é titular da ação penal pública, decidir se arquiva ou se continua investigando o crime, de forma que eventualmente, siga para uma ação penal.
“Nós da família estamos torcendo para que o Ministério Público faça justiça, defenda a sociedade, a ordem pública e continue com esse inquérito porque o resultado de legítima defesa foi feito de forma injusta”, disse Zaque, em entrevista ao HNT.
Segundo a advogada, a conclusão por legítima defesa foi injusta e não levou em consideração o caso em sua totalidade, uma vez que o cunhado do investigador grilava terras na propriedade rural de João Pinto.
“[O inquérito] analisou o fato em específico e não analisou a situação. O policial [envolvido] estava no local a pedido do cunhado, que era grileiro, entrou lá sem mandado, sem flagrante do crime, estava descaracterizado, não tinham poder de polícia e nem competência para estar lá. Quem deveria estar lá era a Polícia Militar”, opinou.
Além disso, conforme a advogada, o agente da polícia saiu do local sem aguardar a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e teria levado o cunhado, grileiro, para dentro da propriedade.
“Se fosse legítima defesa, dentro dos conformes, não teria porque ele ter ido embora. Eles levaram o cunhado grileiro para dentro da propriedade. A gente acha que quem estava em legitima defesa era o senhor João, um senhor de quase 90 anos, que pesava menos de 60 quilos e teve a vida ceifada no dia do aniversário da esposa. A família está muito revoltada, muito triste. Por isso, a gente acredita no Ministério Público”, apontou.
Por fim, Zaque afirmou que a família acredita que o grileiro tenha ficado com raiva de João Pinto e chamou o policial para ‘resolver a situação’.
“A gente não acredita que a morte tenha sido encomendada. A gente acredita que o grileiro chamou o cunhado, o policial civil para revidar, porque ficou com raiva com sr. João, dono da terra, e aconteceu o que aconteceu, mas isso não justifica uma legitima defesa”, concluiu.
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