Informações repassadas pelo delegado regional de Cáceres (220 km de Cuiabá), Higo Rafael Ferreira, dão conta que até o momento, a investigação não apurou nenhum vínculo das irmãs Rayane Alves Porto e Rithiele Alves Porto com facções criminosas. Elas foram torturadas e mortas por membros do Comando Vermelho, no último sábado (14), em Porto Esperidião (320 km de Cuiabá).
“Até o momento, a gente não conseguiu chegar a nenhum vínculo dessas irmãs com nenhum grupo criminoso. Com o aprofundamento das investigações, a gente não descarta que tenha [vínculo], mas também que não tenha. Até o momento, a gente não encontrou nenhum vínculo explicito que elas tinham com qualquer facção criminosa”, informou Higo Rafael em entrevista à rádio CBN.
A barbárie foi ordenada por uma das lideranças do Comando Vermelho na região da fronteira, identificado como Norivaldo Cebalho Teixeira, conhecido pela alcunha de ‘Véio’, devido a uma fotografia publicada nas redes sociais das irmãs, em que elas aparecem fazendo o número ‘três’ com os dedos, em suposta alusão ao Primeiro Comando Capital (PCC), rival do CV. Ele está preso na Penitenciária Central do Estado (PCE) e sua participação se deu através de uma videochamada com o executores, que durou aproximadamente três horas.
Rayane e Rithiele foram sequestradas por faccionados do Comando Vermelho quando estavam no Festival de Pesca, em Porto Esperidião. Quando foram abordadas, pensaram que o grupo queria conversar sobre política, já que Rayane era candidata a vereadora no município pelo Republicanos.
No entanto, elas foram levadas para uma casa na região central da cidade, junto de outros dois rapazes, também raptados. Um deles, também era irmão de Rayane e Rithiele. No imóvel, elas tiveram o cabelo cortado e os dedos mutilados. Depois da tortura, elas foram mortas a facadas.
Um dos rapazes fugiu e acionou a Polícia Militar. Já o irmão de Rayane e Rithieli, também teve o dedo e a orelha mutilados, mas conseguiu escapar da morte.
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CENA MACABRA
O delegado Higo descreveu a cena do crime como ‘macabra’.
“Eu não fui ao local porque a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) já havia recolhido os corpos, mas temos fotografias que mostram um cenário de horror. No decorrer dos depoimentos, eles [acusados] passam detalhes do que fizeram e no final das contas a gente vê as fotos como uma verdadeira barbaridade, que é o nome correto para o que aconteceu”, descreveu, também durante a entrevista.
Até o momento, doze pessoas foram detidas, entre maiores e menores de idade, por participação no crime. ‘Véio’ foi isolado na PCE e um procedimento administrativo disciplinar foi aberto para apurar o uso de telefones celulares nas celas.
A Polícia Civil continua investigando o caso e busca identificar outros envolvidos no crime.
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