"A crise da governança global requer transformações estruturais. A pandemia, os conflitos na Europa e no Oriente Médio, a corrida armamentista e a mudança do clima escancaram as limitações das instâncias multilaterais. A maioria dos órgãos carece de autoridade e meios de implementação para fazer cumprir suas decisões", citou Lula.
O funcionamento do Conselho de Segurança da ONU não é o único que levanta preocupações na visão do petista. No discurso a lideranças globais e transmitido ao vivo, o presidente também voltou a reclamar também da representação do Sul Global, que, para Lula, não está representado de forma condizente com seu atual peso político, econômico e demográfico. Para o chefe do Executivo brasileiro, a Assembleia Geral da ONU perdeu sua vitalidade, além de o Conselho Econômico e Social ter sofrido um esvaziamento.
"A legitimidade do Conselho de Segurança encolhe a cada vez que ele aplica duplos padrões ou se omite diante de atrocidades. As instituições de Bretton Woods desconsideram as prioridades e as necessidades do mundo em desenvolvimento", continuou Lula, observando ainda que Carta da ONU não faz referência à promoção do desenvolvimento sustentável.
O restante do discurso do presidente só pode ser ouvido pela plateia presente na sede da ONU, uma vez que os chefes só tinham cinco minutos para falar da tribuna. Com o tempo esgotado, o microfone de Lula foi desligado. Segundo o discurso escrito divulgado pelo Palácio do Planalto, Lula pediu "coragem e vontade política para mudar". "O melhor legado que podemos deixar às gerações futuras é uma governança capaz de responder de forma efetiva aos desafios que persistem e aos que surgirão", concluiu.
(Com Agência Estado)
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