A investigação do Ministério Público Federal (MPF) sobre fraudes contábeis que causaram um prejuízo de R$ 400 milhões na gestão 2019-2023 da Unimed Cuiabá revelou o papel específico de cada um dos seis envolvidos, incluindo o ex-diretor-presidente Rubens Carlos de Oliveira Júnior e o ex-CEO Eroaldo de Oliveira. As irregularidades começaram com a implementação de um novo modelo de governança e vieram à tona entre setembro de 2022 e março de 2023, com a manipulação de dados financeiros para mascarar a real situação da cooperativa perante a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), os cooperados e a atual gestão.
Rubens Carlos é apontado como a peça central no esquema. Durante seu mandato, no quadriênio 2019-2022, ele assinou balanços contábeis de 2022 apresentando falsamente um resultado positivo de R$ 371.866,62, além de enviar documentos com informações ideologicamente falsas à ANS. Rubens também teria participado de reuniões com a agência, apresentando justificativas questionáveis e prometendo injeções financeiras irregulares.
Suzana Aparecida Rodrigues dos Santos Palma, ex-diretora administrativo-financeira, foi responsável por elaborar o balanço de 2022 ao lado de Rubens. Juntos, introduziram um modelo de governança que facilitava práticas fraudulentas, alterando a estrutura da Unimed para encobrir desvios patrimoniais. Para viabilizar esse "novo modelo", Rubens, Suzana e a advogada Jaqueline Proença Larrea contrataram Eroaldo de Oliveira como CEO por meio de sua empresa de consultoria, AH2.
Jaqueline Proença Larrea é descrita como a "autora intelectual" das fraudes. Segundo o MPF, ela teria orquestrado um esquema que resultou em um prejuízo multimilionário, manipulando respostas enviadas à ANS para ocultar as irregularidades. Em uma reunião com a agência, Jaqueline teria simulado dificuldades de conexão para pressionar os técnicos, alegando que a cooperativa era alvo de falácias.
Eroaldo de Oliveira, contratado como CEO, também está implicado. Ele e Tatiana Bassan Leite, ex-superintendente administrativo-financeira, centralizaram a gestão das informações contábeis. Tatiana liderava o Núcleo de Inteligência e Análise de Riscos e manipulava os resultados financeiros para apresentar dados mais favoráveis, segundo depoimentos.
Ana Paula Parizotto, superintendente administrativo-financeira, teria intervido diretamente na contabilidade, desconsiderando pareceres técnicos e ordenando irregularidades, principalmente nas operações relacionadas à venda de carteiras para administradoras.
Todos os envolvidos são investigados pelos crimes de falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, estelionato e organização criminosa. Eles chegaram a ser presos na quarta-feira (30) no âmbito da Operação Bilanz, mas foram soltos no mesmo dia após passarem por audiência de custódia.
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