Quatro anos após a Operação Faroeste, a maior investigação sobre a venda de decisões judiciais no Brasil, o assassinato do advogado Roberto Zampieri em Cuiabá expõe suspeitas semelhantes que chegaram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ambos os casos estão interligados por um mesmo advogado que fez delação premiada e pela disputa de terras em regiões agropecuárias. A operação na Bahia revelou um esquema de corrupção, enquanto o crime em Mato Grosso envolve questões judiciais e acusações de propina. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
As investigações sugerem que Zampieri foi morto a mando de Aníbal Manoel Laurindo, envolvido em disputas fundiárias. No celular do advogado, a polícia encontrou mensagens que indicam um possível pagamento de propina a um desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e ligações com um lobista que negociava decisões no STJ.
Aníbal foi indiciado pela polícia, que se baseou em telefonemas e um depósito suspeito feito a um dos executores do crime. Ele alegou que o pagamento era para uma reunião com parlamentares bolsonaristas em Brasília (DF). Entretanto, o motivo do homicídio pode estar relacionado a uma decisão judicial desfavorável assinada pelo desembargador Sebastião de Moraes Filho, afastado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Vanderlei Chilante, advogado que representa Laurindo e delator da Operação Faroeste, pediu uma liminar em disputas de terras avaliadas em R$ 5,9 milhões. Chilante também advogava para Nelson Vigolo, outro produtor rural envolvido na operação na Bahia, onde decisões judiciais eram compradas. Vigolo e Chilante firmaram delações, apontando esquemas que resultaram na denúncia de desembargadores e no afastamento de juízes em Mato Grosso do Sul.
O caso envolve ainda a empresa Fource, que geria a recuperação judicial da Bom Jesus Agropecuária, de Vigolo. Sócios da Fource foram mencionados em mensagens com Zampieri, incluindo suspeitas de que o filho do desembargador Sebastião teria recebido vantagens. Um documento detalha que, em novembro, houve uma negociação de valores que culminou no pagamento de R$ 200 mil ao filho do magistrado, indicando um possível esquema de corrupção no Judiciário mato-grossense.
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Paulo Henrique 04/11/2024
Corrupção dos magistrados escancarada. Crime organizado em nome da Lei. Prender todos esses canalhas corruptos.
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