Destaque da agenda doméstica nesta terça-feira, o PIB do terceiro trimestre teve alta de 0,9%, na margem, em leitura acima do esperado para o período, com mediana do Projeções Broadcast a 0,8%. Assim, com atividade acima do esperado, tanto o câmbio como a curva de juros operaram em alta pela manhã. A curva do DI manteve a tendência até o fim do dia, mas o câmbio se acomodou à tarde, com o dólar à vista em baixa de 0,16%, a R$ 6,0584, no fechamento da sessão.
"A combinação de um mercado de trabalho aquecido, condições de crédito mais favoráveis e o impulso fiscal explicam essa expansão mais forte da economia ao longo de 2024", diz Rafael Perez, economista da Suno Research, casa que elevou para 3,4% a projeção de alta para o PIB de 2024. "O bom desempenho do consumo das famílias está ligado ao mercado de trabalho aquecido, com o desemprego em mínimas históricas", o que contribui para o "crescimento dos rendimentos do trabalho e da massa salarial, além das melhores condições de crédito e da expansão das transferências sociais", acrescenta Perez.
A despeito da relativa cautela que ainda prevaleceu em parte dos ativos nesta terça-feira, o Ibovespa teve um dia de alívio, embora ainda se mantenha em "tendência de baixa e, por análise técnica, seja necessária uma confirmação de fim do movimento de queda", observa Inácio Alves, analista da Melver. Ele destaca o desempenho de algumas ações do setor bancário - segmento que vem de perdas e hoje contribuiu para o avanço do Ibovespa, com destaque para Itaú (PN +1,12%) e Banco do Brasil (ON +1,22%), além de Santander (Unit +2,39%, na máxima do dia no fechamento)
Entre as blue chips, o dia foi ao fim positivo para Petrobras (ON +0,12%; PN +0,89%, no pico da sessão no encerramento) e negativo para Vale (ON -0,76%, mínima do dia no fechamento, a R$ 58,47). Na ponta ganhadora do Ibovespa, Brava (+9,05%), Caixa Seguridade (+4,55%), Ambev (+4,53%) e BRF (+4,48%). No lado oposto, Petz (-4,09%), Embraer (-2,66%), Eztec (-2,53%) e LWSA (-2,51%).
"Os dados do PIB, levemente acima do esperado, reforçam a avaliação do mercado de que o Copom que volta a se reunir na semana que vem provavelmente precisará ser mais duro para conter a pressão inflacionária em uma economia ainda bastante aquecida", diz Fabrício Norbim, especialista da Valor Investimentos. De outro lado, acrescenta o analista, os dados de atividade não aliviam os receios do mercado com relação ao risco fiscal, apesar do "leve fôlego" mostrado pelo Ibovespa na sessão, em meio ainda à volatilidade no câmbio e no DI.
(Com Agência Estado)
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