Em publicação no blog da instituição, o FMI observou que China e Estados Unidos possuem, ambos, problemas domésticos que levam aos extremos de superávits e déficits das balanças comerciais, mas que a diferença não é capaz de gerar novo choque para a economia global e exige apenas soluções igualmente domésticas.
No caso da China, alcançar o equilíbrio entre exportações e importações exigirá uma estratégia diversificada, que inclui um pacote de políticas para um ajuste "menos custoso" do setor imobiliário, iniciativas de incentivo para a demanda doméstica e reformas de redes de segurança para reduzir a desigualdade de renda, melhorando a alocação de recursos do país. "No nosso cenário de médio prazo, a marca econômica da China não será mais o crescimento impulsionado por exportações", pontuou o FMI.
Já os EUA devem promover um "ajuste fiscal significativo" para equilibrar sua balança comercial. A instituição sugere medidas como aumento indireto de taxas, aumento progressivo na tributação de renda, eliminação de gastos públicos e reformas de programas de benefícios sociais.
A instituição também comentou sobre temores de que o "excesso de capacidade produtiva chinesa" afete o setor industrial em nível global. Para a equipe do FMI, os subsídios da China fortaleceram a indústria chinesa em algumas áreas, como a produção de veículos elétricos, mas o impacto foi "limitado" em termos agregados na balança comercial e em comparação a outros países. Contudo, a instituição alerta que é difícil "avaliar" precisamente o efeito completo dos subsídios, por "brechas" na divulgação de dados chineses.
O FMI defende que "tarifas unilaterais" e outras provisões domésticas não podem ser utilizadas para endereçar essas preocupações, tendo em vista que prejudicam o comércio multilateral, enfraquecem cadeias de oferta, além de gerar incerteza política e riscos de retaliação.
(Com Agência Estado)
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