O cenário reflete a escassez de recursos da caderneta de poupança, bem como as condições mais restritas para emissões de Letras de Crédito Imobiliário (LCI) - essas são as duas principais fontes de recursos para abastecer os financiamentos. Portanto, a estratégia de curto prazo é focada em endurecer as condições de acesso ao crédito para os compradores de imóveis. Se houver melhora na captação de recursos no ano que vem, essa política pode ser revista.
A medida é uma tentativa do banco de evitar uma alta dos juros cobrados dos clientes em um cenário de restrição do funding. Mais adiante, a Caixa pode afrouxar as regras novamente, dependendo da capacidade do banco de manter as emissões de LCI, justamente o que a gestão está buscando agora. A expectativa é de que, no começo do ano que vem, a depender das condições de mercado, a regra para a tabela SAC possa voltar à anterior. Na Price, em que o banco leva mais tempo para receber o valor total do financiamento de volta, é mais difícil que a regra retorne aos parâmetros de antes.
Demanda
Internamente, as medidas são encaradas como uma forma de manter o ritmo de crescimento no crédito imobiliário neste ano sem precisar aumentar os juros. No começo de 2024, a Caixa estimou que cresceria 12% no financiamento imobiliário. Até setembro, porém, já concedeu R$ 175 bilhões, aumento de 28,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 627 mil financiamentos de imóveis. A carteira de crédito habitacional da Caixa já ultrapassou a marca de R$ 800 bilhões.
O ritmo está aquecido graças às linhas com recursos do FGTS, mas a poupança também tem contribuído para a aceleração. Com outros bancos de torneira fechada diante dos juros altos, os clientes estão "correndo" para a Caixa, que tem tomado medidas para financiar o máximo de pessoas possível com a menor taxa de juros que possa praticar.
Procurada, a Caixa informou que estuda constantemente medidas que busquem ampliar o atendimento da demanda excedente de financiamentos habitacionais, inclusive participando de discussões com o mercado e o governo.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Com Agência Estado)
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