O Sindicato dos Trabalhadores de Limpeza Urbana e Zeladoria de Mato Grosso (Sindilimp) protocolou uma denúncia na Câmara Municipal de Cuiabá nesta quinta-feira (20), apontando uma série de irregularidades cometidas pela empresa Locar Saneamento Ambiental, principalmente em relação à dispensa de seus funcionários. A empresa é responsável pela coleta de lixo em Cuiabá e Várzea Grande.
O ofício foi encaminhado à presidente da Casa, vereadora Paula Calil (PL), e aos demais vereadores, cobrando providências em relação ao contrato da empresa com a Prefeitura de Cuiabá.
De acordo com o presidente do sindicato, Wenderson Alves de Freitas, a Locar tem descumprido obrigações trabalhistas básicas, como o pagamento de horas extras, o repasse do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e o acerto das verbas rescisórias de trabalhadores dispensados há mais de dois meses. Segundo a entidade, há garis e motoristas que estão sem o recolhimento do FGTS há mais de cinco meses, e alguns extratos aparecem zerados.
Lucas Campos, que foi demitido da Locar no início de janeiro, confirmou a denúncia, informando não ter recebido o FGTS nem o encaminhamento para pedir o seguro-desemprego. Ele alega estar fazendo bicos para sobreviver e que precisa da ajuda do irmão, que possui limitações neurológicas.
“Eu preciso entrar no meu seguro-desemprego, mas até agora não me deram o papel. Nós viemos aqui na Câmara para ver se conseguimos receber nossos direitos, sensibilizar os vereadores para que pressionem a Locar, porque, se for depender deles, nós não recebemos”, explicou.
O Sindilimp também acusou a empresa de divulgar informações falsas sobre a situação financeira dos trabalhadores, alegando estar em dia com suas obrigações. No entanto, de acordo com a denúncia apresentada, os repasses não estão sendo feitos conforme exige a legislação.
“A Locar continua alegando, propagando fake news, dizendo que está em dia com os trabalhadores, mas, conforme documentação que foi encaminhada a todos os vereadores, consta que os extratos não estão recolhidos há mais de cinco meses, e outros encontram-se zerados. Uma situação complicada para uma empresa que presta um serviço essencial para a cidade”, destacou o presidente do sindicato.
O sindicato cobrou uma postura mais ativa dos vereadores na fiscalização do contrato da Locar com a prefeitura, alegando que a empresa continua descumprindo convenções coletivas e normas contratuais. Entre as irregularidades apontadas, estão a falta de fiscalização sobre o fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), o número insuficiente de coletores por equipe e a ausência de relatórios diários de coleta.
“Então, é assim, a gente cobra que todos os vereadores que receberam a denúncia, como fiscais do município, possam cobrar do prefeito a questão do contrato com a Locar, que continua descumprindo as convenções coletivas e não está cumprindo sequer o próprio contrato com o município”, finalizou.
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