O professor de Física Ambiental da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Sérgio Roberto de Paula, aponta que Cuiabá deve registrar temperatura de 50º em 20 anos. Quem pensou que a situação do clima na capital mato-grossense não podia piorar, se enganou. A fala do especialista ocorreu durante o evento “Caminhos do Conhecimento do Pantanal”, nesta quinta-feira (19).
Segundo Sérgio Roberto, o calor extremo, principalmente na região centro-oeste, não tem relação direta com o fenômeno El Niño. Dois fatores são apontados pelo professor, sendo eles: o aquecimento global e o desmatamento da Amazônia. Dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) revelam que o desmatamento na Amazônia pode passar de 11 km2 em 2023.
“A floresta amazônica, ela não só faz com que chova mais, como também ela coloca na atmosfera uma grande quantidade de água. E essa água vem para a região centro-oeste e sudeste. Essa água que vem da Amazônia irriga a maior parte da produção agrícola do Brasil. Desmatar a Amazônia significa ter menos água, chovendo a cada ano menos na nossa região”, explicou o especialista em entrevista para a TV Centro América.
As queimadas também foram outro motivo apontado pelo professor Sérgio Roberto. Geralmente, os incêndios em Mato Grosso ocorrem no período da estiagem, período em que as altas temperaturas agravam-se. Atualmente, a região do Pantanal, entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, passa por um incêndio no Parque Estadual Encontro das Águas que segue por 18 dias. Cabe destacar que o bioma pantaneiro enfrentou os maiores incêndios florestais no ano de 2020 e, em 2021, a situação se repetiu novamente.
"O fogo não surge espontaneamente, surge com um agente. E o agente que provoca um foco de incêndio é humano. Qualquer queimada é muito provável que tenha sido iniciada por um ser humano. A falta de água nos ecossistemas aumenta muito o foco de queimadas e também aumenta o tamanho”, frisou.
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