Entre as três principais culturas cultivadas em Mato Grosso (soja, milho e algodão), o milho é a que tem melhor projeção para os próximos dez anos em Mato Grosso, com área calculada em 10,90 milhões de hectares e produção de 80,38 milhões de toneladas para a safra 2033/34. A soja deve ocupar área de 10,62 milhões de hectares, com produção estimada em 64,52 milhões de toneladas. Já para o algodão, a perspectiva é de área de 2,06 milhões de hectares e produção de 4,04 milhões de toneladas. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (9), no lançamento do "Outlook: projeções do agronegócio em Mato Grosso de 2024 a 2034", pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Segundo a projeção, a produção do cereal deve apresentar crescimento de 6,37% nos próximos dez anos, saindo de 115,59 sacas por hectare na safra 2023/24 para 122,95 sacas por hectare na safra de 2033/34. A região médio-norte de Mato Grosso, onde estão as cidades de Sorriso, Sinop, Lucas do Rio Verde e Nova Ubiratã, é a que deve representar a maior fatia da produção do cereal, 33,92%.
Segundo o superintendente do Imea, Cleiton Gauer, a ampliação do consumo do milho e seus derivados no estado e no país é um dos motivos para a projeção de crescimento do cereal nos próximos dez anos.
"O principal motivo é a ampliação das movimentações das usinas de etanol de milho, a movimentação do mercado interno brasileiro que já é um mercado relevante e, agora, com esse setor ampliando o consumo aqui dentro do estado de Mato Grosso e outras regiões, tende a dar continuidade no impacto e movimento da cultura do milho em Mato Grosso", afirmou.
Cleiton Gauer ainda destacou que os dados já foram calculados com as previsões das mudanças climáticas que tem afetado a produção com as estiagens prolongadas, chuvas irregulares, incêndios florestais, entre outros fatores. Embora leve em consideração as oscilações, o levantamento não prevê eventos extremos.
"O modelo já leva em consideração essas previsões de movimentação dentro do parâmetro, limite superior e inferior, para padrões de irregularidades climáticas. Claro que não para eventos extremos como a gente observou no ano passado. Se a gente tiver uma mudança de regime hídrico totalitário no estado de Mato Grosso, aí pode ter novos impactos. Mas, a princípio, não estamos levando em consideração uma mudança tão drástica, mas o padrão microclimático regional e localizado", explicou Gauer.
Ainda sobre os impactos provocados pelas mudanças climáticas, o superintendente do Imea acrescentou que os incêndios florestais, que voltaram a preocupar em 2024, não estão dentro dos fatores que podem ser utilizados como parâmetros base, mas que as projeções consideram algumas limitações e particularidades de Mato Grosso.
"Observamos dentro dos modelos algumas limitações, principalmente porque acreditamos que o estado está próximo de seu ápice de abertura de novas áreas e as migrações tendem advir das áreas de pastagens que vão ser convertidas em agricultura no futuro", completou.
CONFIRA AS PROJEÇÕES PECUÁRIA DE CORTE
Bovinos
Para o rebano, a projeção para os próximos dez anos é de abate 6,41 milhões de cabeças e a produção de 1,90 milhões de toneladas. A região oeste de Mato Grosso deve representar sozinha 21,10%, sendo o maior percentual.
Suínos
O abate de suínos em 2034 deve totalizar 4,09 milhões de cabeças e a produção chegar em 378,30 mil toneladas. O crescimento será de 40,60% em relação à produção deste ano de 2024.
Aves
Já para aves, a estimativa é de 244,85 milhões de cabeças para abete em 2034 e a produção calculada em 513,61 mil toneladas. O crescimento será de 30,97% a produção deste ano.
O ESTUDO
O levantamento foi elaborado pelo Imea com a parceria estratégica da Faculdade de Estatística da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). As projeções foram realizadas conforme a subdivisão que agrupa os municípios em sete macrorregiões, sendo elas centro-sul, médio-norte, nordeste, norte, noroeste, oeste e sudeste.
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