Diante do aumento alarmante de casos e óbitos por dengue e chikungunya em Mato Grosso, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) convocou uma reunião técnica com a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), Ministério da Saúde (MS) e representantes de diversos órgãos para planejar estratégias de combate às arboviroses. O encontro, realizado nesta quinta-feira (13), no Palácio Paiaguás, em Cuiabá, reuniu autoridades e especialistas para discutir estratégias e ações de enfrentamento à epidemia de dengue e chikungunya ações urgentes.
Mato Grosso enfrenta uma epidemia de dengue e chikungunya, com números crescentes de casos confirmados e óbitos. Segundo o Painel de Arboviroses da SES, o estado já registrou 17.672 casos confirmados e 23 óbitos por chikungunya, além de 11.394 casos confirmados e 8 óbitos por dengue em 2025. As informações são do Painel de Arboviroses da SES (http://sieges.saude.mt.gov.br/dashboard/51)
Secretário de Estado de Saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo, destacou que pediu o apoio da Força Nacional para o planejamento das ações de combate às arboviroses no Estado, principalmente para intensificar o trabalho em Cuiabá e Várzea Grande.
“O apoio da Força Nacional para o planejamento de estratégias será fundamental, pois precisamos fortalecer a Atenção Básica e Primária para que não haja uma sobrecarga ainda maior dos hospitais. Também é imprescindível o diálogo com a população, já que mais de 80% dos criadouros do mosquito estão em ambientes residenciais”, destacou o gestor.
A equipe técnica da SES-MT apresentou o panorama de casos confirmados e óbitos por arboviroses no Estado, bem como os riscos avaliados, os fatores influenciadores para hospitalização e óbito. Também foram feitas recomendações às Secretarias Municipais de Saúde, como: ampliação do horário de atendimento das UBSs (sem intervalo de almoço), priorização de atendimento de grupos de risco, fortalecimento da vigilância epidemiológica e intensificação das medidas de controle vetorial.
As secretarias municipais também devem ampliar a vigilância genômica e estabelecer fluxos para o envio das amostras ao Laboratório Central de Saúde Pública do Estado de Mato Grosso (Lacen-MT), com preferência para análises genômicas, e fazer campanhas para incentivo ao aumento das taxas de imunização contra a dengue.
Para o secretário adjunto de Atenção e Vigilância em Saúde da SES, Juliano Melo, é importante melhorar o acesso da população aos serviços de saúde pública. Ele também enfatizou que o fumacê, técnica muito solicitada em situações de epidemia, pode não ser a solução mais eficiente para a maioria dos casos.
“É preciso resgatar as ações de base para eliminar os criadouros e diminuir a infestação pelo mosquito. Nós já optamos por fazer fumacê não veicular, com bomba costal, desde sempre na rotina do agente de endemia e ela tem uma eficiência muito maior e muito mais interessante do que o fumacê feito em veículos”, destacou.
Mato Grosso registrou 17.672 casos confirmados e 23 óbitos confirmados por Chikungunya em 2025, além de 11.394 casos confirmados e 8 óbitos confirmados para dengue neste ano.
A reunião ainda contou com a presença de representantes das Prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande, do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), da Procuradoria Geral do Município de Cuiabá, do Hospital Universitário Júlio Müller, do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso (Cosems), além das equipes técnicas da SES-MT.
Criação de centro de emergências por arboviroses
A SES-MT vai instalar, nesta sexta-feira (14.03), o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública por Arboviroses e Vírus Respiratórios (COE-ArboVR) em sua sede, localizada no Centro Político Administrativo.
O COE-ArboVR terá a participação de representantes de diversas entidades e Secretarias, tanto estaduais quanto municipais, incluindo o Ministério Público e outras organizações. As ações diretas do COE envolvem a coordenação e o gerenciamento das medidas necessárias para o enfrentamento de emergências em Saúde Pública, monitorando a situação, articulando com gestores do SUS e implementando planos de contingência.
O centro também será responsável por divulgar informações à população e profissionais de saúde, elaborar relatórios técnicos e avaliar os impactos nos serviços de saúde.
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