Denominado ‘Novembro Azul’, o mês é dedicado à campanha de prevenção do câncer de próstata no Brasil. O tipo de câncer é o segundo mais comum entre os homens, ficando atrás apenas do de pele não melanoma em incidência, e o segundo que mais mata, atrás do câncer de pulmão.
Dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde revelam que, de 2019 a 2021, foram mais de 47 mil óbitos em razão desse tipo de tumor. No ano passado, 16.055 homens morreram no país em consequência da doença, o que corresponde a cerca de 44 mortes por dia. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são esperados 65.840 novos casos de câncer de próstata em 2022.
Diante dos dados alarmantes, o médico especialista em urologia Newton Tafuri enfatiza que, muito além da prevenção contra o câncer de próstata, a conscientização sobre a doença, a campanha Novembro Azul buscam alertar para a importância de os homens cuidarem o ano todo da saúde.
“O mês de novembro é dedicado a essa conscientização, um alerta aos homens para que procurem fazer os exames de forma preventiva. Porque o câncer de próstata não tem como ser evitado, não tem como ser prevenido. O que a gente pode fazer é trabalha em cima, é o diagnóstico na fase inicial da doença, quando ela ainda está confinada à próstata. Porque aí o paciente tem acesso aos tratamentos que vão permitir a cura do tumor”, explica o médico.
Segundo o especialista, a detecção precoce numa fase inicial possibilita maior chance de cura em até 90%.
“Em geral, o câncer de próstata cresce na periferia do órgão, então, ele não dá sintomas nas fases inicias. O que dificulta o diagnóstico, caso o paciente não faça exames preventivos regularmente”, aponta o médico.
A recomendação da Sociedade Brasileira de Urologia é que os exames preventivos sejam realizados anualmente a partir dos 50 anos, para quem não tem predisposição à doença. E, aos 45, para quem tem um risco maior de câncer de próstata, que são considerados grupo de risco: pacientes com casos já existentes na família de câncer de próstata, homens negros ou obesos.
O diagnóstico precoce pode ser feito por meio da investigação com exames clínicos e laboratoriais, por exemplo, o toque retal e o exame de sangue para avaliar a dosagem do PSA (antígeno prostático específico).
“Quando o paciente vai ao urologista na idade correta, ele faz todos os exames de forma preventiva. O exame de toque retal associado ao PSA tem uma sensibilidade de 92% de chances de identificar alguma alteração. A partir daí, o médico decide outros procedimentos de diagnósticos, depende do caso”, explica Newton.
O médico urologista André Crepaldi reforça que, mesmo o exame de toque retal ainda sendo um tabu entre a maioria dos homens, é o diagnóstico fundamental para detectar a doença nos estágios iniciais.
“É importante lembrar que o câncer de próstata não dá sintomas. E não há exame que substitua o toque retal. É comum os pacientes perguntarem se o exame de sangue substitui. Não, porque em 15% dos casos podem não elevar esse PSA do sangue”, explica André.
André alerta ainda sobre as medidas gerais de saúde que podem contribuir com a prevenção, não só do câncer de próstata, mas de qualquer tipo de doença.
“Extremante importante que se mantenha um controle de peso, faça atividades físicas, que tenha uma alimentação saudável, com menos industrialização, frituras. Esses fatores reduzem sabiamente o risco de qualquer tipo de câncer”, finaliza Crepaldi.
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