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Cidades Sábado, 24 de Agosto de 2024, 17:27 - A | A

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Sábado, 24 de Agosto de 2024, 17h:27 - A | A

INCÊNDIOS FLORESTAIS

Aumento de focos de calor na Amazônia de MT acende alerta para necessidade de brigadas

Especialistas afirmam que bioma Amazônia precisa de atenção com as brigadas de incêndio

JOLISMAR BRUNO
DA REDAÇÃO

Aumento nos focos de calor acendeu o alerta para a necessidade de implantação de mais brigadas contra os incêndios na Amazônia mato-grossense. Atualmente, o Estado tem 135 brigadas, a maior parte delas está no Cerrado, cerca de 50% do contingente. Já a Amazônia possui 46 unidades. Embora o número seja maior do que no Pantanal, onde existem 12 brigadas distribuídas entre Barão de Melgaço e Poconé, monitoramento do Instituto Centro de Vida (ICV) aponta para necessidade de reforço na região. 

As informações constam na  4ª edição do Mapeamento das Brigadas de Incêndios Florestais do ICV. Para o analista socioambiental do ICV, Marcondes Coelho, a situação das cidades amazônicas é 'urgente'. Do total de 135 brigadas existentes, apenas 32 são permanetes e outras 103 são temporárias. 

“É impactante ver cidades amazônicas, em meio a maior floresta tropical do mundo, atingirem os piores índices de qualidade do ar devido às fumaças dos incêndios. Mais do que impactante, é inaceitável. O poder público tem que garantir a proteção da floresta, o combate aos incêndios e a saúde da população”, disse.

Em toda Amazônia de Mato Grosso foram 2.471 alertas de calor apenas no mês de julho, representando aumento de 70,13% em relação ao mesmo período do ano anterior. Colniza (a 1.039 km de Cuiabá) foi o município que apresentou mais focos de calor no bioma, com 537 registros. 

As brigadas de incêndio são instrumentos de resposta ao fogo. O mapeamento contribui para uma melhor resposta aos incêndios florestais e, por isso, ajuda a evitar a destruição da floresta e da vegetação nativa no estado. Cabe cita que em todo Pantanal são 20 brigadas espalhadas por outras cidades com bioma presente, como Cáceres. 

O mapeamento é muito importante para a gente conhecer a distribuição dessas brigadas pelo estado, saber qual região está mais assistida por essas equipes e quais carecem de mais atenção do poder público e até mesmo da sociedade, que pode unir esforços nessa causa”, explicou.

As brigadas de incêndio podem ser públicas, privadas ou comunitárias. O Corpo de Bombeiros também possui unidades permanentes próprias e instrumentos de resposta ao fogo temporários. O estudo identificou que neste ano 64 municípios contam com algum tipo de brigada.

USO DO FOGO

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que a maior parte dos incêndios florestais acontecem em áreas de desmatamento recente. Isso indica que as queimadas estão cada vez mais ligadas às atividades humanas.

A região de transição entre Cerrado e Amazônia é considerada uma das maiores fronteiras agropecuárias do mundo. Por isso, a região se tornou suscetível à degradação. Para Marcondes, as queimadas e a derrubada da vegetação para outro uso da terra trazem muitos riscos.

“Se a expansão agropecuária não for cuidadosamente gerida, ela pode comprometer a integridade dos nossos biomas, ameaçando não apenas a biodiversidade, mas também os recursos naturais essenciais para a produção das commodities que se destacam na economia do estado”, pontuou.

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