Aumento nos focos de calor acendeu o alerta para a necessidade de implantação de mais brigadas contra os incêndios na Amazônia mato-grossense. Atualmente, o Estado tem 135 brigadas, a maior parte delas está no Cerrado, cerca de 50% do contingente. Já a Amazônia possui 46 unidades. Embora o número seja maior do que no Pantanal, onde existem 12 brigadas distribuídas entre Barão de Melgaço e Poconé, monitoramento do Instituto Centro de Vida (ICV) aponta para necessidade de reforço na região.
As informações constam na 4ª edição do Mapeamento das Brigadas de Incêndios Florestais do ICV. Para o analista socioambiental do ICV, Marcondes Coelho, a situação das cidades amazônicas é 'urgente'. Do total de 135 brigadas existentes, apenas 32 são permanetes e outras 103 são temporárias.
“É impactante ver cidades amazônicas, em meio a maior floresta tropical do mundo, atingirem os piores índices de qualidade do ar devido às fumaças dos incêndios. Mais do que impactante, é inaceitável. O poder público tem que garantir a proteção da floresta, o combate aos incêndios e a saúde da população”, disse.
Em toda Amazônia de Mato Grosso foram 2.471 alertas de calor apenas no mês de julho, representando aumento de 70,13% em relação ao mesmo período do ano anterior. Colniza (a 1.039 km de Cuiabá) foi o município que apresentou mais focos de calor no bioma, com 537 registros.
As brigadas de incêndio são instrumentos de resposta ao fogo. O mapeamento contribui para uma melhor resposta aos incêndios florestais e, por isso, ajuda a evitar a destruição da floresta e da vegetação nativa no estado. Cabe cita que em todo Pantanal são 20 brigadas espalhadas por outras cidades com bioma presente, como Cáceres.
“O mapeamento é muito importante para a gente conhecer a distribuição dessas brigadas pelo estado, saber qual região está mais assistida por essas equipes e quais carecem de mais atenção do poder público e até mesmo da sociedade, que pode unir esforços nessa causa”, explicou.
As brigadas de incêndio podem ser públicas, privadas ou comunitárias. O Corpo de Bombeiros também possui unidades permanentes próprias e instrumentos de resposta ao fogo temporários. O estudo identificou que neste ano 64 municípios contam com algum tipo de brigada.
USO DO FOGO
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que a maior parte dos incêndios florestais acontecem em áreas de desmatamento recente. Isso indica que as queimadas estão cada vez mais ligadas às atividades humanas.
A região de transição entre Cerrado e Amazônia é considerada uma das maiores fronteiras agropecuárias do mundo. Por isso, a região se tornou suscetível à degradação. Para Marcondes, as queimadas e a derrubada da vegetação para outro uso da terra trazem muitos riscos.
“Se a expansão agropecuária não for cuidadosamente gerida, ela pode comprometer a integridade dos nossos biomas, ameaçando não apenas a biodiversidade, mas também os recursos naturais essenciais para a produção das commodities que se destacam na economia do estado”, pontuou.
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